Cerca de 60% dos brasileiros acima de 18 anos afirmam não usar preservativo nenhuma vez em relações sexuais

Redação do Diário

Cerca de 60% dos brasileiros acima de 18 anos afirmam não usar preservativo nenhuma vez em relações sexuais
Aproximadamente, um milhão de pessoas afirmaram ter recebido diagnóstico médico de infecções sexualmente transmissíveis (IST) ao longo de 2019. Esses dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), que também mostrou que, das pessoas com 18 anos de idade ou mais que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, cerca de 60% não usaram preservativo nenhuma vez.

Ainda, dados do Ministério da Saúde indicam que a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) costuma se intensificar no Carnaval, e que o uso de preservativos está longe do ideal. Dos demais entrevistados, apenas 22,8% relataram usar preservativo em todas as relações sexuais e outras 17,1% afirmaram usar às vezes.

O uso da camisinha externa ou interna, em todas as relações sexuais, é o método mais eficaz para proteção contra o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. No Brasil, postos de saúde são orientados a distribuir gratuitamente os preservativos, sem restrição quanto ao número.

Aids

O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Alfredo Canalini, lembra que na década de 1980, quando começou a aparecer a epidemia HIV e Aids, o medo da contaminação aumento, uma vez que não havia nenhum tipo de tratamento para a doença na época. As campanhas pelo uso da camisinha e os debates sobre o sexo seguro aumentaram significativamente.

–Todo mundo usava preservativo, que era distribuído durante o carnaval, em blocos – diz Canalini.

Com o passar do tempo, contudo, o medo da contaminação foi diminuindo e as pessoas pararam de se proteger de maneira adequada. Além disso, o especialista lembra que com o tempo, as pesquisas avançaram e surgiram os tratamentos profiláticos e de pré-exposição, os PrEPs, que diminuem a chance de contaminação pelo HIV, mesmo após sexo sem preservativo.

Com os tratamentos cada vez melhores dessa doença, hoje em dia é muito difícil se ver alguém morrendo de Aids. Acho que isso levou a um regresso, a uma perda do medo de não usar a camisinha. Os mais jovens, em especial, não tiveram essa experiência.

Sintomas

As infecções sexualmente transmissíveis aparecem, principalmente, no órgão genital, mas também podem surgir em outras partes do corpo, como palma das mãos, olhos ou língua. Elas podem se manifestar por meio de feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, entre outros possíveis sintomas, como dor pélvica, ardência ao urinar, lesões de pele e aumento de ínguas.

Observar o corpo durante a higiene pessoal pode ajudar a identificar uma IST no estágio inicial. Sempre que alguma alteração for identificada, o serviço de saúde deve ser procurado, independentemente de quando foi a última relação sexual. A realização de testes para diagnóstico precoce é importante, principalmente se houver relação sexual desprotegida, pois algumas IST podem não apresentar sinais e sintomas.

Ao citar infecções sexualmente transmissíveis, como herpes, sífilis, e HPV, que é uma das causas do câncer de pênis, Canalini reforça a importância do sexo seguro, com uso de preservativo:

– O uso do preservativo é absolutamente necessário, mesmo que você seja vacinado contra o HPV, mesmo que esteja fazendo tratamento pré-exposição em relação à profilaxia do HIV. Você não deve deixar de usar o preservativo nas relações sexuais. Essa é a mensagem que tem que ficar: sexo seguro! Carnaval é alegria, pode ser alegria, mas a alegria tem que se manter depois do carnaval e você não pode perder sua alegria com diagnóstico de que adquiriu uma infecção sexualmente transmissível.

O especialista Heleno Paes chama a atenção para outras doenças sexualmente transmissíveis, como gonorreia, sífilis e verrugas penianas. Ele conta que o tratamento vai depender do diagnóstico. No caso das verrugas genitais, por exemplo, o tratamento consiste, basicamente, na remoção dos nódulos genitais e na orientação em relação às recidivas (quando os sintomas voltam).

No caso da gonorreia e da sífilis, que são doenças que podem ser curadas, o tratamento inclui antibióticos específicos. Já as lesões da herpes genital desaparecem sozinhas. Todas essas doenças podem ser evitadas com o uso da camisinha.

– É importante tratar o parceiro também para quebrar a cadeia de transmissão – recomendou o médico.

Prevenção combinada

A prevenção combinada associa diferentes ações de prevenção ao HIV, às IST e às hepatites virais. Usar preservativo nas relações sexuais é um importante método de prevenção, mas pode e deve ser combinado com outros, como:

Testagem regular para o HIV, outras IST e hepatites virais;

Tratamento das IST, do HIV/aids e das hepatites virais;

Vacinação para as hepatites A e B, e HPV;

Profilaxia pré-exposição (PrEP); e

Profilaxia pós-exposição (PEP).

*com informações da Agência Brasil e Ministério da Saúde

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