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Catequista de 97 anos faz bonecas para doar a crianças

Uma mulher ganhou uma boneca de pano. Feliz com o presente, resolveu batizá-la de Regina, e prometeu que, se um dia tivesse uma filha, este seria o nome dela. É assim que começa a história da catequista Regina Fernandes de Silveira, 97 anos, que, por influência da mãe, aprendeu a fazer trabalhos artesanais quando era criança.

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Hoje, apesar das dificuldades que enfrenta para se mover, por conta da idade avançada, Regina ainda produz bonecas de pano. Todas são doadas para creches de crianças em situação de vulnerabilidade social, em Santa Maria. 

- A boneca da minha mãe ainda existe e está em Sobradinho, na casa de uma sobrinha. Dizem que a boneca tem 110 anos, mas, na minha visão, ela deve ter muito mais - conta Regina.

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A dificuldade em inserir a agulha na linha, por conta das mãos trêmulas, e o problema de visão, que adquiriu em decorrência da idade, não impedem Regina de criar bonecas com diferentes estilos. Cada detalhe é pensado por ela, desde as roupas e os acessórios, até os traços do rosto.

- As mulheres que me pedem as bonecas fornecem os retalhos e os materiais. Então, eu vou fazendo aqui, no quarto, com calma. Começo pela cabeça, porque o resto do corpo é mais fácil - fala Regina.  

HISTÓRIA
Na infância, ela gostava de criar os vestidos para as bonecas e os dava de presente para as vizinhas. Para ela, um trabalho marcante foi a montagem de um casal de bonecos negros, que foram leiloados durante uma festa da Igreja: 

- Também fui costureira, mas meu pai não gostava. Então, eu comecei a bordar com máquina, durante dois ou três anos. Depois, comecei a fazer tudo com as mãos. 

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A prática acabou se tornando um dos passatempos favoritos de Regina, que, além das bonecas, também faz crochê. Porém, por conta das demandas, não consegue aceitar todos os pedidos. 

- Hoje, muita gente vem até aqui para pedir bonecas, mas ela não consegue dar conta de tantos de pedidos - explica Zara Torres Lopes, 54 anos, que é mulher do sobrinho de Regina, com que mora.  

RELIGIÃO
A confecção das bonecas acontece em um quarto decorado com luzes de Natal e com imagens de Jesus Cristo. Devota da Igreja Católica, a idosa trabalhou com instrução religiosa, pois sempre teve vocação para a fé. Segundo ela, um dos desejos antigos que alimentou na vida foi o de se tornar freira: 

- Eu perdi a minha mãe cedo, então, aprendi a suportar as dificuldades, aceitar e agradecer. Eu penso que o que tem que ser para a gente vai ser. 

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Às vezes, Regina vai à missa, mas prefere assistir as cerimônias pela televisão, devido às dificuldades para se deslocar. A idosa não teve filhos e optou por não se casar.  

INDEPENDÊNCIA  
Há cerca de cinco anos, Regina se mudou para a casa dos sobrinhos, para que tivesse companhia e cuidados. 

- A cabeça e a memória dela são extraordinárias. Além disso, ela é muito independente. Levanta cedo para escutar rádio, e, quando a gente levanta, ela já sabe todas as notícias do dia - conta Zara.

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Para a sobrinha, o amor e a dedicação movem a vida de Regina e a influenciam a continuar firme e com vontade de viver. Enquanto tiver forças, a catequista garante que vai seguir confeccionando bonecas: 

- Vou fazer até quando der, no meu tempo e na minha calma. 

*Colaborou: Renata Teixeira

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