Casos de dengue em Santa Maria aumentam 200% de fevereiro para março; maior incidência é na Região Oeste

Denzel Valiente,Arianne Lima

Casos de dengue em Santa Maria aumentam 200% de fevereiro para março; maior incidência é na Região Oeste
Foto: Marcelo Oliveira (Diário/Arquivo)

A doença que contaminou 170 moradores de Santa Maria em 2022 continua com novos casos neste ano. Já são nove confirmações de dengue desde janeiro no município. Mesmo que Santa Maria não registre mortes, a situação é preocupante. 

Pontos de foco

Conforme o Boletim Epidemiológico da Dengue atualizado na sexta-feira (17), a cidade já possui nove casos confirmados da doença e 18 seguem em investigação. Dos confirmados, dois foram diagnosticados em janeiro, um em fevereiro e seis em março. Até a atualização anterior eram três casos. Com os novos dados, registra-se um aumento de 200%. Os bairros de maior incidência da doença são Parque Pinheiro Machado e São João, com dois casos confirmados cada. Ainda de acordo com o boletim, os bairros Camobi, Centro, Duque de Caxias, Juscelino Kubitschek e Nossa Senhora do Rosário também contabilizam casos.

De acordo com o Painel de Casos de Dengue RS, Santa Maria emitiu 44 notificações até o momento. Os testes são realizados em estabelecimentos locais e encaminhados ao Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Rio Grande do Sul (Lacen) para confirmação.

Casos confirmados por mês

Janeiro: 2 casos

Fevereiro : 1 casos

Março: 6 casos

Casos confirmados por gênero

Homens: 4

Mulheres: 3

Casos confirmados por bairro

Camobi: 1

Centro: 1

Duque de Caxias: 1

Juscelino Kubitschek: 1

N S do Rosário: 1

Parque Pinheiro Machado: 2

São João: 2

Situação do município pode se agravar

Desde o final de janeiro há um alerta contra a dengue em vigência no Estado, quando o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu um comunicado de risco. Ainda que não esteja em estado crítico, Santa Maria exige monitoramento frequente e a situação pode se agravar nos próximos meses. É isso o que pontua o superintendente da Vigilância em Saúde de Santa Maria, Alexandre Streb.

— Realmente está acontecendo (o aumento). As nossas equipes estão na Região Oeste, principalmente no Juscelino Kubitschek, Parque Pinheiro Machado e Tancredo Neves. Estão positivando muitos casos das áreas de focos. São casos positivos, então nós já temos um surto nessa região, embora não oficializado — afirmou Streb em entrevista ao Bom Dia, Cidade da Rádio CDN 93.5 FM na quinta-feira (16).

O surto da doença não pode ser decretado oficialmente pois a confirmação dos casos depende de um processo que envolve municípios e Estado. Os casos suspeitos ou positivos por exames prévios precisam ser confirmados pelo Lacen. Por isso, conforme Streb, a Vigilância Sanitária atua imediatamente nos locais de foco e onde há denúncias de possíveis focos do Aedes aegypti. Uma pulverização deve ser realizada nos próximos dias. 

Como denunciar

Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Locais com suspeita de foco de dengue podem ser denunciados pelos moradores para a Vigilância Sanitária. O superintendente do órgão afirmou, na entrevista, que todas as denúncias realizadas estão sendo vistoriadas. Entretanto, em algumas situações há um impasse. Moradores podem impedir a entrada dos agentes para a vistoria.

— O que a gente faz quando as pessoas se negam à entrada do agente de saúde pública é fazer uma notificação e essas pessoas poderão ser multadas. Temos enviado via Procuradoria Municipal e Procuradoria Jurídica para que se ajuíze ações contra essas pessoas, para que ocorrida a ação, nós possamos entrar, ou que se passe a obrigar essa pessoa a fazer a correção da situação de risco.

Caso você suspeite de um foco da dengue, denúncias podem ser feitas para a Superintendência de Vigilância em Saúde pelo telefone (55) 3921-7159. Já para denúncias em local físico, a população pode procurar a sede da superintendência na Rua Ângelo Uglione, 1.534, Centro. 

Em 2022

Ano passado, o Estado notificou mais de 98 mil casos suspeitos e confirmou quase 67 mil casos de dengue. Também foram registrados 66 óbitos pela doença em 2022. O mosquito Aedes aegypti esteve presente em 91% das cidades gaúchas, totalizando 453 municípios classificados como infestados.

No Rio Grande do Sul, os números de casos confirmados e de óbitos em 2022 foram os maiores já registrados na série histórica de dengue no Estado. No país, o número de mortes em decorrência da dengue aumentou 400% em 2022 em relação ao total de 2021

O que é a doença

A dengue é uma doença febril causada por um vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre alta (39°C a 40°C), com duração de dois a sete dias, dor atrás dos olhos, dor de cabeça, dor no corpo, dor nas articulações, mal-estar geral, náusea, vômito, diarréia e manchas vermelhas na pele (com ou sem coceira). Os sinais podem se agravar, ocasionando o extravasamento de plasma ou hemorragias que podem levar a pessoa ao choque grave e à morte.

Prevenção

A principal forma de evitar a doença é a eliminação dos potenciais criadouros do Aedes aegypti. O inseto se reproduz em locais com água parada, por isso, algumas das principais recomendações previstas são:

Eliminar água parada dos pratinhos e vasos de plantas;

Manter caixas d’água tampadas;

Colocar tela nos ralos de água da chuva;

Secar pneus e protegê-los da chuva;

Limpar calhas da residência;

Escovar os pratos e trocar a água dos animais de estimação (uma vez por semana);

Manter piscinas limpas e com água tratada.

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