A reconstituição será realizada por peritos criminais do departamento de criminalística do IGP da capital, em conjunto com a Polícia Civil. O perito criminal e coordenador da 5ª Coordenadoria Regional de Perícias, Railander Barcellos, bem como a promotora do Ministério Público, Lisiane Veríssimo da Fonseca, deverão acompanhar a iniciativa.
Adiamento
Agendado inicialmente para o dia 8 de novembro, a reconstituição foi adiada no dia 7 devido ao curto período entre a data de intimação das partes pela Polícia Civil e a data da iniciativa. A defesa das partes teriam sido intimadas com cinco dias de antecedência, e a determinação previu que uma nova data seja marcada e que as partes sejam intimadas com no mínimo 10 dias de antecedência.
A decisão foi da juíza Juliana Neves Capiotti, da Vara Criminal da Comarca de São Gabriel. A assessoria da magistrada informou que a reconstituição deve ocorrer normalmente na nova data e que não há previsão de nenhuma decisão que possa adiar a iniciativa.
Reconstituição
As atividades vão ocorrer na Delegacia de Polícia de São Gabriel, onde testemunhas serão ouvidas. Posteriormente os peritos devem retornar ao local onde a abordagem aconteceu e simular toda a ação até a localidade de Lava Pé onde o corpo foi encontrado. Algumas dúvidas sobre o caso ainda não foram respondidas, a principal delas é como o corpo de Gabriel foi parar dentro da água. Outra, é se mais policiais tiveram envolvimento no caso.
A etapa inicial consistiu na análise das perícias e do inquérito policial referente ao caso. Segundo o IGP, a perícia de Reprodução Simulada dos Fatos é uma das mais complexas realizadas pela instituição, e a duração depende do que for apontado pelos participantes. Todos os passos descritos são registrados pelo fotógrafo criminalístico para compor o laudo pericial, que será concluído após a inciativa.
Entenda o caso
Em agosto, o jovem foi abordado por policiais da Brigada Militar (BM) em uma rua do Bairro Independência. Ele foi algemado, colocado na viatura e segundo testemunhas, ele teria sido agredido a golpes de cassetete. Depois disso, ele permaneceu desaparecido até cerca de sete dias depois ter seu corpo encontrado submerso em uma barragem na localidade de Lava Pé, interior do município. O laudo do exame de necropsia apontou que Gabriel morreu devido a uma hemorragia interna na região do pescoço, provocada por uma agressão, e que não haviam indícios de afogamento.
Os três policiais militares envolvidos na abordagem, os soldados da Brigada Militar Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso, e o sargento Arleu Júnior Cardoso Jacbosen, são réus no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) por homicídio qualificado e no Tribunal de Justiça Militar (TJMRS) por ocultação de cadáver e falsidade ideológica.
Encontrado em pé, corpo de Gabriel estava submerso e preso à vegetação de açude, segundo depoimento de PMs
Timeline Caso Gabriel de Diário de Santa Maria