Acessos de estradas do interior e nível de rio são preocupações de duas prefeituras de cidades da região após as chuvas

O prefeito de São Pedro do Sul, Fernando Cezar (Progressistas), e o prefeito de São Gabriel, Lucas Menezes (União Brasil), falaram à Rádio CDN (93.5 FM), na manhã desta sexta-feira (20), sobre a situação dos municípios por conta das chuvas ao longo da semana. Em São Pedro, o principal problema são os acessos ao interior do município. Já em São Gabriel, a preocupação é o nível do Rio Vacacaí e os atingidos próximo ao leito. 

Segundo a BaroClima Meteorologia, em São Pedro do Sul, choveu 327 milímetros. Em São Gabriel, o acumulado é de 222 mm. Os dados são de segunda (16) pela noite até as 18h 50min da quinta-feira (19). 

São Pedro do Sul

Em São Pedro do Sul, o problema é o acesso às estradas do interior, o que acarreta que as famílias fiquem ilhadas. 

– Nos reunimos nesta manhã com todos os secretários para fazer uma leitura do nosso município. Tem locais do nosso interior que não conseguimos acessar nem com caminhonete tracionada. Estradas, pontes, bueiros que foram destruídos. E ainda temos pessoas ilhadas. Uma situação bem difícil. Neste momento, nossa prioridade é dar acesso à cidade aquelas pessoas que não estão, que estão ilhadas. E quando a pessoa tem algum problema de saúde, a ansiedade toma conta, essa é nossa preocupação nestes locais – afirmou ele. 

Segundo o prefeito, a cidade de São Pedro do Sul é localizada em um ponto alto, por isso, não sofre fortes alagamentos, apenas inundações de sangas que cortam o município, e que também são situações momentâneas. 

– O pouco que tinha sobrado das enchentes do ano passado, e algumas residências que foram reconstruídas agora, ficaram detonadas. Não tem mais o Balneário do Julião. Ali, tem lugares que não conseguimos identificar como eram as ruas, tamanha a destruição. Ainda não é possível contabilizar todos os estragos. Estamos levando lonas, choveu bastante na noite de quinta – relatou Cezar.

Como forma de auxiliar municípios que fazem limites, a prefeitura colocou profissionais da Secretaria de Saúde à disposição para auxiliar pessoas de locais vizinhos que fazem tratamento em outras cidades da região, como aquelas que precisam vir a Santa Maria: 

– Colocamos as ambulâncias à disposição de municípios vizinhos e nossa Secretaria de Saúde para auxiliar esses municípios com dificuldades. Não podemos ter limites. Temos que unir forças e tentar resolver os problemas da população – finalizou Cezar. 

Registro mostra o Balneário do Julião, que faz limite com Toropi, completamente destruído. Foto: Ronald Mendes

São Gabriel

Já em São Gabriel, 65 famílias ficaram desalojadas. As regiões mais atingidas, com mais pessoas fora de suas casas, seriam as de Mato Grosso e Passo da Lagoa: 40 famílias, além do Bairro Bonfim, que fica próximo à ponte do Rio Vacacaí. Na quarta, o rio passou 2 metros da cota de inundação, e alcançou sete metros do seu nível. Já na quinta, apresentou redução do nível, para 6,5 metros. 

– Ainda com o tempo bastante fechado, temos previsão de chuva pela tarde (de sexta-feira). Terça-feira pela madrugada tivemos chuvas muito fortes. E ela acaba impactando bastante. Ainda é cedo para falar em prejuízos, precisamos que a água baixe para visualizar os estragos. Seguramente são muitos. Recebemos vídeos de pontes, pontilhões, passagens, que foram completamente tapados com as águas. É provável que essas estruturas ficaram comprometidas ou até que algumas foram levadas pelas águas – afirmou o prefeito. 

A previsão, segundo o prefeito de São Gabriel, é de que os relatórios completos dos estragos sejam entregues ainda no fim da próxima semana

Em comparação ao ano de 2024, Menezes ressaltou que os estragos são menores, quando o Rio Vacacaí atingiu a marca de 8 metros e 700 famílias foram atingidas diretamente: 

– O que nos preocupa é que, geralmente, são as mesmas famílias atingidas. São traumas psicológicos, o prejuízo material. Estamos trabalhando para reduzir esses impactos dos eventos climáticos, que certamente virão. 

 São Gabriel foi incluso no programa de desassoreamento do governo do Estado. Para obra completa, segundo o prefeito, seriam necessários cerca de R$ 6,5 milhões. O valor acordado com o governo não deve ser este na totalidade. 

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