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A partir desta terça-feira, a trajetória de Diácono João Luiz Pozzobon será avaliada pelo Vaticano

A partir desta terça-feira, a trajetória de Diácono João Luiz Pozzobon será avaliada pelo Vaticano

Foto: Beto Albert (Diário)

Diácono João Luiz Pozzobon, tido como Servo de Deus pela Igreja Católica, terá sua vida e fama de santidade avaliados pelo Dicastério para a Causa dos Santos, do Vaticano, a partir desta terça-feira (4). Se a documentação for aprovada, ele ganhará o título de venerável. Se isso ocorrer, será aberto o processo que está no Vaticano para comprovar um milagre: sendo aceito, Pozzobon será declarado beato. E com mais um milagre, será canonizado e reconhecido como santo.


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João Luiz Pozzobon viveu 80 anos entre Santa Maria e Quarta Colônia, de 1904 a 1985. Ele iniciou a campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt, em 10 de setembro de 1950, ao andar com uma imagem de 11kg da Mãe e Rainha, visitando pessoas doentes, escolas, igrejas e casas. Os registros de sua vida foram reunidos no Positio, um resumo de 800 páginas de todo o processo de canonização, que tem mais de 10 mil documentos. É através disso que o Dicastério irá avaliar Pozzobon e conceder, ou não, o título de venerável – significa que a Igreja Católica afirma que ele é um bom exemplo a ser seguido. 


Memória 

O positio foi entregue ao Vaticano no ano passado, após quase uma década de mapeamento, coleta, seleção e tratamento dos documentos. A pesquisa sobre a vida de Pozzobon foi realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), da atual Universidade Franciscana (UFN), da Faculdade Palotina (Fapas) e da Arquidiocese de Santa Maria. Duas pesquisadoras desse grupo – as professoras da UFSM Maria Medianeira Padoin e Marta Rosa Borin, estiveram presentes no programa F5 nesta segunda-feira (3), e falaram sobre o diácono. 

 

– Ele é o primeiro diácono, pode ser dizer assim, do mundo, leigo. Foi um homem casado com filhos e netos, ao mesmo tempo, com esse reconhecimento. E, ainda por cima, um homem humilde, que não tinha uma formação universitária, mas que era do povo, trabalhava com o povo – destaca Maria Medianeira.  


Maria ainda revela que essas características se sobressaíram em meio ao cenário da Igreja Católica na época, principalmente nos anos 60: 


– Por ser uma campanha popular, com a imagem da Nossa Senhora, a igreja começa numa política de não querer que ele continue. Na divisão dos palotinos, há alguns sacerdotes, em um certo período, que vão recolher todas as imagens pela política da Igreja, que não vão querer que ele continue o trabalho, e ele continua. 


Veja na íntegra 


Os 35 anos de Pozzobon dedicados à mãe peregrina levaram a campanha por mais de 100 países. E os relatos aparecem de todas as partes, inclusive, vivenciados pelas pesquisadoras. Como foi o caso de Marta, em uma viagem ao Piauí: 


– Estive há uns anos no Piauí, em uma cidade do interior. Durante uma visita a igrejas antigas, buscava alguma imagem de Schoenstatt. Encontrei uma imagem em uma sacristia. Quando fui olhar, veio uma senhora falar comigo. Me perguntou de onde eu era. Falei Santa Maria, e automaticamente ela perguntou: 'João Pozzobon?'. Confirmei. E ela tocou em mim como se eu tivesse a unção. É assim que aparece a importância dele fora Santa Maria. E não só aqui no Brasil, mas também no Exterior. 


Leia mais:

Convite

A Associação João Luiz Pozzobon convida a comunidade a se juntar em orações pela beatificação do Servo de Deus nesta terça-feira (4). Nas redes sociais, publicou a programação. Em Nota Pastoral, o arcebismo da Arquidiocese de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, orientou que fosse incluída em todas as celebrações eucarísticas na Arquidiocese a intenção pela beatificação e, após a missa, uma Ave-maria.



Programação nesta terça (4)


Arquidiocese de Santa Maria

Santuário de Schoenstatt

  • 6h30min – Terço (Tabor)
  • 7h – Missa
  • Café partilhado
  • Dia de oração no Santuário


Casa Museu João Pozzobon

  • 16h – Terço no quintal
  • Café partilhado


Catedral Metropolitana

  • 18h15min – Missa


Schoenstatt, Alemanha

  • 00:00 – Vigília no Santuário Original (4hs Alemanha) (youtube: schoenstatttv2499)
  • Dia de Oração no Santuário
  • Intenção nas missas


As etapas da santidade

  • Servo de Deus – O candidato a santo tem de ter morrido, no mínimo, cinco anos antes de o processo ser sugerido e aceito pelo Vaticano. Quando isso acontece, o candidato recebe o título de Servo de Deus. Pozzobon ganhou esse título em 1994;
  • Venerável – Se o Dicastério da Causa dos Santos, no Vaticano, aprovar a documentação do diácono, ele vira venerável. Isso significa que a Igreja afirma que ele é um exemplo a ser seguido, o que faz com que sua história e suas obras sejam ainda mais divulgadas;
  • Beato – A partir do título de venerável, será necessário comprovar um milagre. Caso for comprovado, o título de beato é concedido pelo Papa e ele pode ser venerado publicamente (imagem nas igrejas, pedido de intercessão nas missas e cultos públicos...) em uma região ou comunidades específicas;
  • Santo – É a canonização de fato. Após comprovar mais um milagre, que tem de ocorrer após a beatificação, o candidato é tornado santo e tem o seu nome inscrito na lista oficial da Igreja e poderá ser venerado em igrejas no mundo todo.


Quem foi João Luiz Pozzobon

  • Nasceu em 12 de dezembro de 1904, em Ribeirão, localidade de São João do Polêsine. De origem pobre, largou os estudos para ajudar o pai na lavoura;
  • Em 7 de setembro de 1947, Pozzobon participou do lançamento da pedra fundamental do santuário de Schoenstatt, onde teve início o seu contato com a Mãe Peregrina. Três anos depois, em 10 de setembro, começou a Campanha da Mãe Peregrina;
  • Ordenado diácono pelo bispo dom Érico Ferrari, em 1972. Passou a fazer casamentos, batizados e enterros. Não podia rezar missas e absolver pecados;
  • Em 1979, a fama de Pozzobon ganhou o mundo. Ele visitou a Europa, conheceu o papa João Paulo 2º e foi à Argentina falar da Mãe Rainha;
  • Em 27 de junho de 1985, aos 80 anos, foi atropelado por um caminhão quando ia para uma missa, no Santuário de Schoenstatt, às 6h30min, e morreu.


Exemplo de fé

  • Em 1950, o Diácono recebeu uma imagem da Mãe Rainha. Com o tempo, colocou como propósito rezar 15 terços por dia (825 preces);
  • Ele deu a ideia de, a cada 30 famílias, colocar uma imagem da Mãe Peregrina, para passar de casa em casa. Ele distribuiu 2,7 mil imagens da Mãe pela região. Em 2011, havia mais de 200 mil réplicas da imagem em 96 países;
  • João Pozzobon carregava 19 quilos nas peregrinações. A imagem da Mãe Rainha pesava 11 quilos, e a pasta que levava com vestes e outros materiais religiosos, 8 quilos;
  • Ele percorreu 140 mil quilômetros a pé com a imagem no ombro para visitar famílias, escolas, presídios e hospitais;
  • Pozzobon criou a Vila Nobre da Caridade, no Cerrito, com 14 casas que abrigam famílias pobres. Ele ajudava a conseguir emprego e a fazer as crianças estudarem.

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imagem Bibiana Pinheiro

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Bibiana Pinheiro

bibiana.pinheiro@diariosm.com.br

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