Governo e setor financeiro em alerta após ataque cibernético bilionário atingindo o Pix

O Brasil enfrenta nesta um dos maiores incidentes de segurança digital de sua história. Um ciberataque ao software da empresa C&M acarretou graves consequências para o sistema de pagamentos instantâneos Pix, com estimativa inicial de perdas que superam R$ 540 milhões.

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Segundo fontes do setor, o ataque começou no dia 30 de junho e se tornou público na quarta-feira (2). Diversos usuários relataram transferências não autorizadas, falhas temporárias no Pix e dificuldade de acesso a seus saldos. A repercussão foi imediata: nas redes sociais, clientes, bancos e autoridades expressaram preocupação sobre a segurança do sistema, que movimenta somas crescentes do cotidiano financeiro da população brasileira.

A Polícia Federal trabalhou em conjunto com o setor financeiro para conter o ataque, e um suspeito já foi preso nesta sexta (4). A investigação aponta que o homem, identificado como João Nazareno Roque, é funcionário da empresa de tecnologia C&M e deu acesso pela máquina dele ao sistema sigiloso para os hackers que efetuaram o ataque. À polícia, Roque disse que vendeu a sua senha por R$ 5 mil a hackers em maio deste ano. Depois, por mais R$ 10 mil, participou da criação de um sistema para permitir os desvios. 

Enquanto isso, o Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúnem com executivos do setor bancário para definir medidas emergenciais, apoio às vítimas e reforço das defesas digitais do sistema. Identificar falhas, auditar protocolos de segurança e exigir certificações adicionais para prestadores de serviços devem estar entre as ações imediatas debatidas nas próximas horas.

O caso reacende o debate sobre a exposição de sistemas financeiros modernos ao crime organizado e à guerra digital. Especialistas em segurança cibernética ressaltam que, apesar de o Pix ser considerado robusto desde seu lançamento em 2020, o incidente destaca que “nenhum sistema é totalmente à prova de ataques sofisticados” e requer vigilância constante.

O governo federal monitora de perto o caso. A ministra da Economia, embora sem dar detalhes, disse em nota que será adotado “um plano de ação técnica e regulatória para reforçar a segurança do sistema de pagamentos instantâneos” e garantir “proteção aos usuários e estabilidade econômica”.