
Foto: Beto Albert (Diário)
As enchentes de maio de 2024 marcaram profundamente a vida dos gaúchos. Considerada a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul, a situação acendeu um alerta para a necessidade de adaptação diante de eventos climáticos extremos. Para a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o episódio também exigiu mudanças importantes na forma de operar o sistema de abastecimento. Em entrevista ao Bom Dia, Cidade desta segunda-feira (12), Andrea Zanini, gestora de relações institucionais da Corsan, falou sobre o assunto.
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De acordo com ela, a empresa realizou uma série de melhorias estruturais desde então, com o objetivo de oferecer um maior suporte em eventos de chuvas intensas ou estiagens.
Um dos principais focos foi reforçar a segurança nas áreas de captação e nas adutoras, que foram fortemente impactadas na ocasião. A Corsan fez investimentos significativos para garantir que, em caso de eventos parecidos, o serviço de de água não seja prejudicado.
— Nós tivemos várias operações de melhoria ao longo do próprio sistema de distribuição de água, que é onde a gente capta a água, que é tratada na estação de tratamento e é distribuída para a população. Então, ao longo dessa rede de distribuição, nós trabalhamos muito fortemente para que se evite qualquer circunstância de impacto no abastecimento — explica.
Além dos reforços na estrutura das adutoras e da captação, também foram instaladas bombas submersíveis, capazes de operar mesmo em situações de cheia. Isso significa que, se o nível do rio subir e afetar a captação tradicional, o sistema poderá continuar funcionando com o uso dessas bombas emergenciais, mantendo o fornecimento de água à população.
— Em uma situação normal, nós mantemos a captação, e se houver uma cheia no rio ou se houver alguma situação de impacto, na própria pré-captação da água, a gente tem a condição de operar com essas bombas e dessa forma a gente mantém o serviço.
Segundo Andrea, também foram instalados dispositivos que podem ajudar a reduzir rompimentos:
— Foi feita instalação de dispositivos de rede que a gente chama de válvulas reguladoras de pressão, e de ventosas também, para poder fazer a retirada do ar dessas tubulações maiores para evitar rompimentos
A Corsan também aumentou os pontos de controle de qualidade da água, que são totens interativos instalados em locais públicos, onde a população pode acompanhar os dados em tempo real e participar do monitoramento da água distribuída.
— Conseguimos implementar vários pontos de controle de qualidade na cidade, que são pontos mais visíveis para a população, onde a gente faz as coletas e o monitoramento da qualidade de água distribuída. Ou seja, as nossas análises, elas não são feitas somente dentro do laboratório da estação de tratamento, elas também são feitas a partir da rede de distribuição do cidadão, para que a gente tenha a garantia de que todos os parâmetros que saem da estação de tratamento também cheguem à população — explica.
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Confira a entrevista completa