Vitor Zuccolo
Desde as primeiras horas do dia, o movimento era intenso no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria. Entre veículos estacionados nas ruas e pessoas circulando aos arredores do local, a procura por itens que homenageassem as pessoas que já partiram era grande. Além das lembranças, a data é reservada para momentos de orações ou agradecimento às graças alcançadas.
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Logo na entrada, um espaço reservado para a colocação de velas e coroas de flores estava cheio. Cerca de 100 metros adiante, uma missa estava sendo realizada e reuniu diversos religiosos que oravam pelos que já partiram.
Entre coroas, arranjos de flores e fotos, familiares relembravam dos seus entes queridos em um momento marcado por muita emoção.
— Aqui estão meu pai, minha mãe e uma de minhas irmãs. A gente sente muita falta, eles foram exemplo para nossa família — diz Jane Lemos, que falou um pouco sobre a história da sua família que está em um dos mais de 10 mil espaços reservados a pessoas que já se foram.
Jane foi juntamente a sua irmã limpar o túmulo de seus familiares. Com luvas, vassouras e um balde com água, elas deixavam o local da forma que os seus entes queridos mereciam.
— A gente sempre vem aqui, mas hoje, no Dia dos Finados, a gente dá uma atenção especial, tudo ajeitadinho, da forma que eles merecem — completou, emocionada.
Junto aos olhares atentos à procura de pessoas conhecidas, a emoção e o sentimento de inconformidade era notória no semblante de quem ocupava os espaços do cemitério. Patricia Oliveira, fisioterapeuta, e Roberto da Costa, securitário, foram rever o túmulo do filho.
— Eu e meu marido viemos visitar principalmente nosso primeiro filho, Juliano Rovedo Fialho. Perdemos ele há cerca de 29 anos. Fica a saudade e a inconformidade de perdê-lo. A gente aceita, mas não entende - explicou Patrícia, que emocionada, relembrou dos momentos bons com o filho.
Homenagens a Bernardo Boldrini
O ciclo natural da vida, onde o mais velho falece, muitas vezes não é seguido, diversos exemplos de histórias são conhecidas.
Um destes exemplos é o do menino Bernardo Boldrini, que em 2014, foi morto pelo paie pela madrasta. Localizado a cerca de 100 metros da entrada principal do cemitério, o túmulo é cercado de homenagens. Com brinquedos, flores e fotos, o túmulo da criança fica juntamente ao de outros familiares.