Fotos: Beto Albert (Diário)
Atualmente, o prédio central está desocupado e sem uso. Parte do terreno está cedido ao Instituto Geral de Perícias (IGP).
No número 1.750 da Rua Floriano Peixoto, centro de Santa Maria, havia sempre muito movimento nas décadas de 1970 e 1980. No endereço funcionava o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), com a oferta de atendimentos à comunidade. Depois de sua saída para o campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Bairro Camobi, outros projetos continuaram funcionando no prédio, até que ele estivesse totalmente desocupado e sem destino. Situação que persiste há pelo menos cinco anos, pela dificuldade de manutenção dos elevadores e da necessidade de reformas.
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O reitor da UFSM, Luciano Schuch, explica que já houve outras tentativas de dar finalidade ao antigo prédio de apoio da UFSM, como era chamado. Inclusive, no final do ano passado, duas empresas da área da saúde demonstraram interesse, mas as negociações não avançaram. Este ano, as reuniões sobre o imóvel devem retornar.
– Em agosto de 2023, estivemos falando com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para construirmos um projeto de revitalização para aquela área. No fim, eles nos falaram que não era viável para eles, pois não se enquadrava no portfólio do órgão. Em dezembro, tivemos algumas reuniões com duas empresas do ramo da saúde. Fizeram visitas. Mas nada avançou. Devemos marcar reuniões novamente – explica Schuch.
Possibilidades de ocupação
Conforme o reitor, as negociações envolvem duas possibilidades – comodato ou troca por área construída. O primeiro é quando ocorre um contrato de empréstimo do bem, sem transferência definitiva da propriedade. E dura por um certo período de tempo.
Já a segunda alternativa seria trocar a venda do prédio do antigo hospital em troca de uma nova construção. Neste caso, a responsável construiria para a UFSM em uma outra área. O que em 2022 não era uma opção, e hoje é.
UFSM diz que IGP deve sair do terreno este ano
No momento, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) utiliza uma parte do terreno onde funcionava o antigo Husm. A UFSM cedeu uma estrutura nos fundos da área. Nesse local, funcionam os serviços do Instituto Médico Legal, que realiza as necropsias, e do Posto de Identificação, que faz as carteiras de identidade. Schuch indica que o período para ocupação do IGP acaba este ano, e que o órgão deve deixar o local.
Conforme o titular da 5ª Coordenadoria Regional de Perícias, Railander Alves Barcellos, o destino mais provável para os órgãos do IGP é o local onde hoje funciona o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), na Avenida Nossa Senhora Medianeira, 1.685, Centro.
A expectativa do Instituto é que o Daer saia do local até o meio do ano, e vá para a sede na Rua Gaspar Martins. Com isso, o IGP pode deixar o prédio da Floriano Peixoto para o novo endereço.
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Tratativas anteriores
Além da conversa com o BNDES no ano passado, em 2022, a proposta era realizar uma cessão de uso, em que empresas da iniciativa privada ou órgãos públicos concorrem em um edital público. A melhor proposta seria a vencedora, e teria que reformar o prédio para que pudesse reabrir. O contrato seria por 20 ou 40 anos. Neste caso, não haveria venda. Algo que era proposto e, inclusive, autorizado, em 2014.
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Atividades desenvolvidas
Depois da desocupação do Husm, em 1981, a comunidade continuou a frequentar o local. Um dos destinos era o Serviço de Atendimento Fonoaudiológico (SAF), instalado em 1984 no prédio. Só em 2022 é que todos os atendimentos do curso deixaram o prédio e passaram para o campus de Camobi.
Os projetos de extensão foram os últimos a desenvolverem atividades no local. Eram os casos do curso de música, exibição de filmes e as aulas do pré-universitário Práxis, do curso de História da UFSM.
O edifício tem oito andares, sendo um subsolo, térreo e mais seis pavimentos. A área total é de 5.977,96 metros quadrados, em uma região nobre e valorizada do centro de Santa Maria.