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VÍDEO: UFSM volta às aulas nesta quarta, mas ainda sob muitos questionamentos da comunidade estudantil

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Foto: Renan Mattos (Diário)/

O segundo semestre letivo de 2021 da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começa nesta quarta-feira, e como diferencial, este deve ser o primeiro semestre em que algumas disciplinas voltarão a ser desenvolvidas de forma presencial no campus da instituição.


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De acordo com o pró-reitor de graduação, Jerônimo Tybusch, o retorno está relacionado ao plano de contingência de cada direção de centro de ensino, por exemplo, Centro de Ciências da Saúde (CCS) e Centro de Ciências Sociais e Humanas (CCSH). Este plano é feito levando em consideração o espaço físico, o distanciamento e outros fatores logísticos, como deslocamento.

- O plano é encaminhado ao Centro de Operação de Emergência e Saúde para a Educação (COE-E) e quando aprovado, os cursos destas unidades podem propor o calendário de recuperação das atividades que estavam represadas. Assim, as aulas práticas começam a ser executadas. Podemos dizer que estamos vivenciando uma situação de retorno híbrido. Um ensino de transição - diz o pró-reitor.

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Conforme Tybusch, desde 2020 alguns cursos da área da saúde puderam ter aulas práticas após as publicações de portarias do Ministério da Educação e do Ministério da Saúde, e que agora, todos da saúde estão aptos às práticas após a aprovação do COE-E. Eles são os únicos que retornaram até o momento.

Este é o quarto semestre que a instituição estará com atividades sob o Regime de Exercícios Domiciliares Especiais (Rede). Nesta quinta-feira, ocorrem de forma online as atividades de calourada para os novos alunos da instituição. Para este semestre, que deve se encerrar em 19 de fevereiro, conforme calendário acadêmico, ainda estão previstas a realização da 36ª Jornada Acadêmica Integrada (Jai), de 22 a 26 de novembro, e o Descubra no mês de dezembro.

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- Nós temos uma série de atividades ainda a serem feitas. É importante salientar que a UFSM foi uma das poucas universidades que não parou em nenhum momento. Nós estamos entre as mais avançadas do Brasil - avalia Jerônimo.

A universidade não soube informar quantos alunos estariam aptos a desempenhar atividades práticas no campus, uma vez que a chamada complementar para o segundo semestre, que ofertou mais de 300 vagas, encerra na quinta o prazo para habilitação e confirmação de vagas.

VOLTA AO CAMPUS
O diferencial deste semestre já começou no mês de setembro, quando foi liberada a visita da comunidade de volta ao campus sede durante os finais de semana, mediante apresentação de carteirinha de vacinação contra a Covid-19, e a portaria divulgada no dia 23, que prevê o retorno gradual de docentes e servidores à instituição. Assim, professores deverão retomar atividades acadêmicas presencialmente, mesmo que no caso de aulas remotas. Os servidores docentes precisarão utilizar salas e laboratórios da universidade para aulas remotas e atividades de pesquisa. Nesses casos, deve-se respeitar o fluxo de atividades em períodos normais e conforme a orientação do escalonamento.

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Foto: Renan Mattos (Diário)/

50% dos servidores deverão cumprir sua jornada presencial na parte da manhã, e o restante na parte da tarde. Para realizar a jornada integral, os servidores terão o seu trabalho dividido em quatro horas presenciais, registradas no ponto biométrico e quatro horas remotas.

A coordenadora geral da Associação dos Servidores da Universidade Federal de Santa Maria (Assufsm), Loiva Chansis, participou do programa CDN Entrevista, na Rádio CDN, na segunda-feira, e comentou sobre como a categoria lidou e buscou o diálogo sobre as questões que envolviam o retorno, principalmente quanto à limpeza dos ambientes:

- Não houve posição contrária ao retorno, o que nós solicitamos foi o debate sobre como seriam as condições. Já recebemos denúncias de colegas que perceberam falhas na higienização dos locais. Não podemos todos voltar, para depois vermos quais são os problemas e resolvemos - considera Loiva.

Eloiz Guimarães Cristino, técnico-administrativo da UFSM e coordenador de Formação Política e Sindical da Assufsm, salientou que desde o começo da pandemia os técnicos não deixaram de trabalhar e até aumentaram a carga horária de serviço. Ele afirma que a associação fez um relatório de vários problemas apresentados desde o retorno presencial dos servidores e que desde maio tentam uma audiência com a gestão da universidade para apresentar uma proposta de segurança no trabalho, mas não conseguiram. Para ele, a volta é precoce e vai contra os protocolos sanitários.

- A volta abrupta sem diálogo com as categorias é muito ruim e nos causa estranheza e indignação. Há problemas de infraestrutura, janelas emperradas, falta de sinalização, não há pessoas na portaria impedindo que outras pessoas entrem nos prédios. Já temos informações de técnicos-administrativos contaminados. Não se sabe quem tomou primeira e segunda dose no conjunto dos servidores. Há pessoas que não tomaram vacina e se negam a usar máscara. Não há um controle - afirma.  

Também em entrevista à CDN, o reitor da UFSM, Paulo Afonso Burmann, conversou sobre o início do semestre na instituição. Ele afirmou que os cuidados de distanciamento social e higienização estão sendo seguidos nos prédios. Já prevendo o primeiro semestre de 2022, o reitor se diz confiante para poder receber a maioria dos alunos.

- Estamos com expectativas muito fortes para o retorno presencial, mas é evidente que precisamos continuar tomando cuidado. A partir do final de outubro a maioria dos nossos estudantes estarão recebendo a segunda dose da vacina. Assim, que estes aluno puderem retornar, estaremos comunicando a comunidade escolar com no mínimo 15 dias de antecedência - diz Burmann.

Luiz Eduardo Bonetti, coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE), falou que o retorno presencial amplo das aulas precisa ser planejado e que ainda é cedo para determinar um mês para a retomada, já que a vacinação ainda segue avançando, atingindo mais grupos, mas o cenário dos próximos meses ainda é incerto.

- O planejamento foi e será de extrema importância para promover um retorno seguro. Se há a possibilidade de um retorno mais amplo em abril, acredito que ainda é um pouco cedo para fazer essa constatação.

Ele também avalia que para o retorno, a universidade deve pensar na estrutura que será oferecida aos estudantes, que vêm de todos os cantos do Brasil, e como se dará a assistência estudantil a partir da volta presencial.

- Precisamos pensar no planejamento e estrutura para que a volta não se torne em um surto de contaminação com a chegada desses alunos. A UFSM precisa oferecer condições sanitárias para garantir o máximo de segurança para ocupar esses espaços.

ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL
A volta dos estudantes ao campus da UFSM reflete em outras áreas como a assistência estudantil, que é efetuada pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae). Durante a pandemia, a instituição bloqueou o retorno de moradores à Casa do Estudante Universitário (CEU), mas a situação deve mudar neste semestre.

- A volta das aulas práticas vai implicar na autorização do retorno dos moradores da casa do estudante e ampliação do auxílio alimentação emergencial, de R$350,00 também para estes alunos que estão retornando - conta o pró-reitor de assuntos estudantis, Clayton Hillig.

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Foto: Renan Mattos (Diário)/

Conforme Hillig, a conclusão das obras do Restaurante Universitário (RU) está prevista para novembro. Ainda restam algumas etapas e a instalação de diversos equipamentos, assim o auxílio alimentação continuaria sendo distribuído até o final deste ano.

A UFSM publicou editais de auxílio inclusão digital, para aquisição de equipamento e contratação de planos de internet ou de dados móveis, meses após a implementação do Rede e de acordo com Hillig, a assistência deve permanecer:

- A tendência é de que cada vez mais se use estes recursos tecnológicos na educação atrelados às aulas presenciais. Nosso entendimento é que a necessidade vai aumentar tanto para docentes quanto para discentes.

Quanto às vagas na Ceu, o pró-reitor avalia a demanda de aproximadamente mil estudantes procurando por moradia estudantil, para 400 vagas que estarão disponíveis, assim que a universidade voltar à normalidade. Segundo ele, será necessária a seleção criteriosa feita junto ao setor de serviço social para contemplar os alunos em maior vulnerabilidade social.

Luiz Eduardo Bonetti, coordenador do DCE, também acredita que os cortes de repasses financeiros para a UFSM podem impactar no repasse de assistência aos estudantes que precisam da Casa do Estudante, Restaurante Universitário e auxílio material pedagógico. Atualmente, o acesso à Ceu é restrito, o auxílio alimentação tem sido dado em dinheiro e o apoio para material pedagógico tem sido concedido aos estudantes que já retornaram ao ensino presencial, de acordo com o coordenador.

- A Ceu passou a cumprir um papel fundamental de moradia. O auxílio alimentação ainda é incapaz de cobrir as necessidades dos estudantes. E além de pensar na alimentação mensal, é preciso garantir segurança alimentar para essas pessoas.

UFN
O segundo semestre letivo na Universidade Franciscana (UFN) teve início em 2 de agosto e tem previsão para terminar em 29 de dezembro. A instituição orientou que cada curso realizasse um planejamento de retorno às aulas, incluindo as disciplinas de caráter teórico, teórico-pratico e prático, considerando, também, a realidade do mesmo. A partir desse planejamento, a maioria dos cursos optou pelo retorno presencial de forma gradativa, alternando aulas presenciais e remotas durante o mês de agosto e aumentando a percentual de presencialidade a partir do mês de setembro, após análise do cenário da pandemia e do percentual de alunos e colaboradores vacinados.

Na última sexta-feira, a equipe do Diário visitou a UFN e acompanhou as aulas dos cursos de Design de Moda e de Odontologia. No curso de Odontologia, as aulas práticas são divididas em dois grupos, de modo que seja seguido o distanciamento social. As aulas remotas também estão sendo ministradas com professores e alunos em sala, contudo, o aluno que optar ainda pode permanecer no ensino remoto.

- Percebemos que a volta vem a somar muito no ensino. Nós estamos bem estruturados para a volta no que diz respeito aos protocolos de segurança - diz o professor Marciano de Freitas Borges.

Conforme a coordenadora do curso de Odontologia, cada professor fez um questionário com os alunos de cada disciplina sobre o retorno. A partir disso, foram planejadas as salas e distribuídas as turmas.

*Colaborou Gabriel Marques

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