“Segundo dia de prova será o diferencial para a aprovação”, avalia professor sobre o Enem 2023

Com a aplicação da segunda prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, no último domingo (12), a expectativa, agora, é pelo gabarito. Neste ano, cerca de 3,9 milhões de pessoas se inscreveram para o exame em todo o Brasil. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), o índice de abstenção do segundo dia foi de 32%, superior ao primeiro dia de aplicação da prova, que foi de 28,1%.  

Em Santa Maria, 8,8 mil pessoas estavam inscritas para realizar o exame. O diretor e professor do Totem Vestibulares, Jader Escobar Nogueira, avalia de forma positiva o Enem 2023, apesar de considerar a primeira prova, com questões de Linguagens e Ciências Humanas, extremamente interpretativa:

— A gente acredita que o primeiro dia de prova poderia trazer mais conteúdos mesclados com questões de interpretação. Problematizar mais a prova e fazer o aluno buscar o maior contexto quanto ao conteúdo. Foi uma prova que exigiu pura interpretação, e isso acaba não valorizando o aluno que se esforçou ao longo dos três anos — pondera.

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De forma geral, o professor acredita que o desempenho no segundo dia de prova poderá ser o grande diferencial durante o processo seletivo do Sistema de Seleção Unificada (Sisu):

— Pelo primeiro dia ser extremamente interpretativo, a gente acredita que a grande diferença, que vai levar o aluno a ser aprovado numa Federal ou não, vai ser o segundo dia de prova. No primeiro a gente viu médias muito parecidas por ser provas interpretativas. O segundo dia, por ter uma carga maior de conteúdo, vai diferenciar quem realmente estudou dos demais — explica.

Quanto ao fato da prova deste ano ser colorida, primeira vez nos 25 anos da história do exame, Jader avalia que o novo formato facilita que algumas informações estejam mais distinguíveis.

Segundo dia

Na segunda etapa do exame, os candidatos responderam 90 questões – 45 questões de matemática e outras 45 de ciências da natureza (química, física e biologia). Ao analisar a prova deste domingo, Jader avalia que as questões foram de acordo com o que se projeta durante as aulas, além de serem mais conteudistas e menos interpretativas, que agradou aos inscritos:

— Eram questões que avaliavam e conseguiam promover uma maior valorização do aluno que de fato estudou, interpretou e avaliou as habilidades da prova. Ela foi bem conteudista. Assim, a prova se torna mais ágil e mais objetiva. Para o aluno fica mais claro sobre o que o enunciado está pedindo — comenta.

Além de um novo caso de vazamento de imagem de um dos cadernos da prova às 17h, uma hora antes do horário permitido para sair com a prova impressa, o segundo dia de exame foi marcado por uma questão anulada por falta de ineditismo - a mesma questão havia sido aplicado na prova de 2010 do Enem PPL (Exame Nacional Para para Pessoas Privadas de Liberdade). A questão tinha como tema a gripe A-H1N1. 

Jader conta que os próprios estudantes identificaram que a questão não era inédita, já que muitos a reconheceram de simulados. O professor também afirma que a falta de ineditismo pode ser injusto com alunos que não conheciam a questão, como, por exemplo, estudantes de escolas públicas e sem acesso a curso pré-vestibular.

— Com banco de questões gigantescas no Enem, eu acho que não tem a necessidade de repetir. E se tem a necessidade de repetir, eu acho que está na hora de formatar mais bancos de questões — avalia.

Reaplicação do Enem 2023

O período para solicitar a reaplicação do Enem 2023 começou nesta segunda e segue até sexta-feira (17). Podem pedir a reaplicação os candidatos que, por problemas de logística ou saúde (doenças previstas no edital), não puderam realizar o exame.

Para solicitar a reaplicação do exame, o candidato deve acessar a Página do Participante e apresentar documento solicitados para comprovar a necessidade.