Foto: Rian Lacerda (Diário)
Com o objetivo de cobrar reajuste salarial e alertar à população sobre a falta de estrutura e pessoal das escolas, professores da rede municipal de ensino de Santa Maria se reúnem em ato na Praça Saldanha Matinho, em Santa Maria, na manhã desta sexta-feira (13). Como parte do protesto, mais de 70 das 86 escolas teriam sido impactadas com a paralisação, segundo o Sindicato dos Professores Municipais de Santa Maria (Sinprosm). A última paralisação da categoria foi em 1° de abril de 2025
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Os professores devem seguir em caminhada até a prefeitura, onde a partir das 10h30 está prevista uma assembleia pública em frente ao prédio do Executivo, onde serão definidos os próximos passos da mobilização e do estado de greve. Por conta do ato, as ruas Venâncio Aires e Benjamin Constant terão bloqueios de trânsito a partir das 10h.
Ao vivo no Bom Dia Cidade, a coordenadora de Formação Sindical e Comunicação do Sinprosm, Celma Pietzak, reforçou os motivos da medida:
— É bem importante, para nós, conseguirmos a esse diálogo com a prefeitura para poder, realmente, conseguir pensar numa negociação de reajuste. Para além disso, a condição de trabalhar nas escolas está muito complexa. Estamos percebendo o adoecimento da rede em função de uma sobrecarga de trabalho. Atualizamos o levantamento da falta de profissionais, e tendo o retorno de 65 escolas da rede, percebemos a falta de 34 professores regentes. Isso é o maior número do que qualquer outro levantamento. Então, isso nos preocupa muito. Não podemos admitir que, em seis meses governo de uma gestão que as pessoas envolvidas já estavam na gestão anterior, não haja um planejamento para que todo esse tempo.
Além disso, Celma também aponta a falta de 108 docentes para garantir o terço de planejamento dos professores; a falta de 185 estagiários e também 194 monitores na rede.
A professora Adriana Gomes, que leciona para os anos iniciais, é uma das docentes que participa do ato. Segundo ela, o governo municipal não cumpre a lei do piso salarial nacional do magistério e usa a falta de recursos como justificativa para não conceder o reajuste anual devido aos professores.
— O governo do município de Santa Maria fala que não paga o piso dos professores devido à falta de verbas, e que tem que haver então uma reelaboração da nossa previdência e o desconto previdenciário, para que ele possa pagar, no caso deste ano, o reajuste de 6,27%. Mas, se nós formos juntar de cada ano que não foi pago, nós temos quase 50% de defasagem no nosso salário. [...] Esse ato aqui é para mostrarmos que a sexta-feira 13 não é de azar, é de para mostrar para a sociedade que nós temos um governo péssimo que ainda não mostrou a que veio, né? Porque está atrelando nossa reposição salarial a uma mudança previdenciária. Viemos aqui para dizer que azar mesmo é ter um governo péssimo como esse — disse.

Depois da Praça Saldanha Marinho, os professores irão se deslocar até em frente o Centro Administrativo, na Rua Venâncio Aires, o que deve causar bloqueio no trânsito.
A prefeitura, por enquanto, não se manifestou sobre a manifestação e as reivindicações do sindicato.
Veja a lista de escolas paralisadas
- EMEI Eufrazia Pengo Lorensi - total
- EMEI Montanha Russa
- EMEF Sérgio Lopes
- EMEI Borges de Medeiros
- EMEF Oscar Grau
- EMEF Zenir Aita
- EMEF Vinade - total
- EMEI Boca do Monte
- EMEF Euclides da Cunha
- EMEI Darcy Vargas
- EMEF Padre Gabriel Bolzan
- EMEI Santa Rita
- EMEI Zahie Bered Farret
- EMEI Sinos de Belém
- EMEF Santa Helena
- EMEF Intendente Manoel Ribas
- EMEF São João Batista
- EMEI Ida Berteotti
- EMEF Pinheiro Machado
- EMEF Edy Maya Bertoia
- EMAET - parcial
- EMEI Zulânia
- EMEF Júlio do Canto
- EMEF Antonio Gonçalves do Amaral
- EMEF Vicente Farencena
- EMEF Lívia Menna Barreto
- EMEF Leduvina da Rosa Rossi
- EMEF Bandeira Medina
- EMEF Suzana Cartier Larangeira
- EMEF Santa Flora
- EMEI Núcleo Infantil Caic
- EMEF Rejane Garcia Gervini
- EMEF Adelmo Simas Genro
- EMEI Criança Cidadã
- EMEF Miguel Beltrame
- EMEF Aracy Barreto Sacchis
- EMEF Nossa Senhora da Conceição
- EMEF Pão dos Pobres Santo Antônio
- EMEI Casa da Criança
- EMEF Diácono João Luiz Pozzobon
- EMEI Ida Fiori Druck
- EMEF Duque de Caxias
- EMEI Vila Vitória
- EMEF Major Tancredo Penna de Moraes
- EMEI Circe Rocha
- EMEF João da Maia Braga
- EMEdF Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
- EMEF Lourenço Dalla Corte
- EMEI Roberto Antônio Bellinaso
- EMEI Ady Schneider Beck
- EMEF Bernardino Fernandes
- EMEF João Hundertmark
- EMEI Gianna Grassi Didonet
- EMEF Martinho Lutero
- EMEF Ione Parcianello
- EMEF Maria de Lourdes Ramos Castro
- EMEF São Carlos
- EMEI Luizinho de Grandi
- EMEI Professora Glaci Corrêa
- EMEF Chácara das Flores
- EMEF Antonio Gonçalves do Amaral
- EMEF CAIC
- EMEI BOB
- EMEI Zahie Bered Farret
- EMEF São João Batista
- EMEF Reverendo Alfredo Winderlich
- EMEF Santa Helena
- EMEF Pinheiro Machado
- EMEI Luiza Ungaretti
- EMEI Ivanise Jann de Jesus
- EMEF Irmão Quintino
- EMEF Castro Alves
- EMEF Irineo Antolini
- EMAI
- EMEF Prof Hylda Vasconcellos
- MEF Padre Nóbrega
- EMEF Renato - parcial
- EMEF Tenente João Pedro Menna Barreto parcial
- EMEF Altina Teixeira
- EMEI Monte Bello - total
- EMEI João Franciscatto
A prefeitura se posicionou por meio de nota:
"A prefeitura considera legítima a manifestação. Ressaltamos que as reivindicações apresentadas já estão sendo tratadas em reuniões com representantes da categoria, o que indica amplo diálogo por parte do Executivo. Conforme a Secretaria de Educação, cerca de 80% da Rede Municipal de Educação está sem aulas nesta sexta-feira. Como previsto em lei, as aulas serão recuperadas e cada escola tem autonomia sobre o próprio calendário."