A comunidade do Centro Educacional Meimei Francisco Spinelli, no Bairro Nova Santa Marta, está organizando um protesto para esta quarta-feira (19), em frente à unidade, a partir das 8h. O motivo é o atraso no início do ano letivo. Já são mais de três semanas de diferença em comparação às demais escolas da rede municipal que iniciaram as aulas normalmente, em 24 de fevereiro.
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Os alunos direcionados à Meimei, como é conhecida pela comunidade, são aqueles que não conseguem entrar em outras escolas públicas da região pelo número de vagas. Para garantir o serviço, a prefeitura compra vagas neste centro. Conforme a direção, no ano passado, foram atendidas 48 crianças, com idades entre 2 e 5 anos. A situação preocupa a escola e, principalmente, os pais. No caso da aposentada Cleusa Portes Dutra, 60 anos, são três crianças da família que ainda não iniciaram o ano letivo. Cansada de ficar em casa, a afilhada de Cleusa, Isadora Bitencourt Dutra, 5 anos, aguarda o retorno às atividades:
– Sinto falta. Espero que comece a aula para estudar com as professoras e os coleguinhas. Eu gosto. Lá posso brincar, estudar, desenhar. Vai ter as coisas para pintar, brincar.
Pela indignação, Cleusa confirmou presença no protesto desta quarta (19):
– Eles sempre atrasam uma semana para iniciar às aulas. Mas três? É tempo demais. Antes, não estava preocupada, mas agora, estou. As outras crianças estão estudando, e essas aí, paradas. Elas estão ansiosas para retornar. Muitas mães precisam disso, e estão pagando para alguém ficar com as crianças. Esperamos que os pais e os alunos compareçam para que as autoridades tomem uma providência. Isso é uma falta de respeito.
A reportagem esteve na tarde desta terça-feira (18) em frente ao centro educacional e encontrou o pai e motorista Adalberto Pereira, 42 anos. Ele buscava orientação e uma possível vaga para sua filha de 2 anos e 6 meses. Conforme sua pesquisa, as outras escolas não estão com vagas.
– Não consigo voltar a trabalhar enquanto a pequena não ter creche. Precisamos disso. Fiz a inscrição pela prefeitura, estou aguardando. Vim aqui hoje para ver se tem novidades – descreve Pereira.
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Escola
A diretora da unidade educacional, Isaura Peixoto Pereira, diz que não é possível indicar quantas crianças estão sem aula, pois esse número só é comunicado pela prefeitura, que cuida das matrículas. Até o momento, segundo a gestora, a instituição não recebeu previsão do setor público. Enquanto isso, os pais aguardam uma resposta.
– Nunca sabemos quantas crianças vamos atender, pois não temos autonomia para matricular. Só sabemos depois que a prefeitura mandar o contrato. Temos espaço para atender até 100 crianças. E os nove profissionais também estão esperando para fechar o contrato – destaca Isaura.
Atualização
A secretária de Educação, Gisele Bauer Mahmud, explicou a situação na Rádio CDN (93,5 FM), no programa Bom Dia, Cidade de quarta-feira (19). O atraso no contrato com a empresa foi ocasionado por uma mudança na metodologia de contratação da parceria público-privada (modelo que viabiliza a compra de vagas). Logo, o atraso no início do ano letivo. Mas isso deve ser resolvido em 10 dias, com o retorno das aulas, acalma Gisele. Ela anunciou que 80 vagas serão compradas na Francisco Spinelli.