Escolas municipais de Santa Maria terão 180 dias para substituir sinais sonoros estridentes por alternativas musicais ou visuais

Escolas municipais de Santa Maria terão 180 dias para substituir sinais sonoros estridentes por alternativas musicais ou visuais

Foto: Beto Albert (Diário)

Mudança de sinais sonoros estridentes por alternativas musicais ou visuais leva em consideração a hipersensibilidade sensorial de estudantes com Transtorno do Espectro Autista

A realidade de muitos estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Santa Maria foi considerada em uma lei sancionada pela prefeitura na segunda-feira (5). De autoria do vereador Alexandre Vargas (Republicanos), a lei 6.869/2025 prevê a substituição de sinais sonoros estridentes nas escolas municipais por sinais musicais ou visuais.

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Uma das justificativas da lei é de que “cerca de 80% das pessoas com TEA apresentam hipersensibilidade sensorial, o que significa que sons intensos e agudos, como o toque tradicional de campainhas escolares, podem causar grande desconforto, desencadear crises de ansiedade e gerar comportamentos desorganizados”.

Conforme Vargas, as instituições terão um prazo de 180 dias após a publicação da lei para se adaptarem às novas exigências. Em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade, da Rádio CDN, na manhã desta terça-feira (6), o vereador falou sobre necessidade da lei:

Buscamos substituir os sinais sonoros estridentes, afim de não gerar incômodos sensoriais aos estudantes com Transtorno do Espectro Autista. Ali na Câmara de Vereadores, tivemos audiências públicas nesse sentido e verificamos que as crianças, somente com o microfone da Câmara e dependendo do vereador que fala, colocavam as duas mãos nas orelhas, porque não aguentavam o som. Então, imagine aquelas sirenes tocando na entrada, intervalo e saída da sala de aula?

Ainda conforme Vargas, os relatos de mães sobre a realidade dos filhos nas escolas teriam sido essenciais para propor as adaptações na rede municipal.

Algumas mães me disseram que, quando toca a sirene, eles (os filhos) já entram na sala de aula nervosos e não conseguem aprender. Os que tem grau mais elevado ficam mais ansiosos e até agressivos. Então, a nossa ideia é ajudar essas crianças, principalmente dentro das escolas – comentou.

 Além do prazo de adequação e os períodos para o uso dos sinais suaves ou visuais (que deverão marcar entrada, saída e intervalos das aulas), a lei dá margem para que instituições das redes estadual e privada em Santa Maria possam aderir as adaptações, de forma voluntária. Questionado sobre a tecnologia que deve ser adotada no lugar das atuais, Vargas afirmou ter deixado a escolha para a Secretaria Municipal da Educação.

– Eu não coloquei qual tecnologia (deve ser usada na substituição) para deixar que a secretaria (da Educação) decida junto com as diretoras ou até mesmo, a comunidade escolar. Também pode ser feito um decreto regulamentando isso. O que não podemos mais aceitar em Santa Maria é manter aquela buzina estridente, porque assim não tem como eles (estudantes com TEA) ficarem em sala de aula – concluiu o vereador.

Dados

O estudo “Características da População com Autismo no Rio Grande do Sul”, produzido pela Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Estado (Faders), aponta que a maior parte da população com TEA que declarou estar frequentando a escola em 2025 (25.359 indivíduos) se concentra na Educação Básica, que inclui Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Dos níveis, 45,56% das matriculas se encontra na Educação Infantil, sendo alta a proporção de crianças de 2 a 5 anos.

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