As notícias não são animadoras na UFSM. Na quinta-feira, mais 92 funcionários terceirizados começaram a ser demitidos devido a um novo corte de gastos de custeio que a universidade precisou fazer. Já é a terceira leva de demissões este ano, pois tinham sido cortados 66 vigilantes em abril e 120 terceirizados de limpeza, portaria e recepção em maio – ao todo, já é uma redução de 278 trabalhadores na universidade, além de outros 52 dispensados no Hospital Universitário, que têm contratos separados dos da UFSM.

Segundo o pró-reitor de Administração, José Carlos Segalla, a universidade evitou a redução de terceirizados enquanto pôde, mas a situação chegou ao limite devido à falta de verbas vindas de Brasília. Ele diz que a UFSM já havia feito cortes em outros contratos, como vigilância, e que esse era um dos últimos contratos que ainda não haviam sofrido ajustes.
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– Nesse contrato, o gasto mensal estava em R$ 1,714 milhão por mês e, com essa redução de 432 para 340 postos de trabalho, vai ficar em R$ 1,336 milhão, o que vai dar uma economia R$ 377 mil. Não tem o que fazer. Chegamos numa encruzilhada, mesmo com esse corte, vamos ter dificuldade. E isso ainda não resolve o problema. Por isso a luta permanente do reitor. Essa redução ameniza, senão daqui a pouco fecha o contrato, pois se não tem orçamento para fazer frente o contrato, não tem valor empenhado e não pode emitir notas – diz Segalla, esclarecendo que a definição das pessoas que serão demitidas fica a cargo da empresa contratada, sem escolha ou interferência da universidade.
Fechar o contrato significaria demitir todo mundo, mas isso não deve ocorrer. O pró-reitor diz que nos últimos meses, todos os setores foram consultados da possibilidade de reduzir os terceirizados de forma a causar o menor prejuízo possível às atividades. Segalla afirma que poderão ser feitos ajustes para mais ou para menos nesses números de funcionários, podendo haver recontratação pontual caso a atividade de algum setor fique inviabilizada.
– A universidade vai ser prejudicada, mas não temos saída. Fizemos de forma que ela não sofra tanto. Manutenções vão poder demorar um pouco mais. Com menos tratoristas, vai levar mais tempo para alguns serviços e até para as aulas práticas – comenta.