Antes, durante e depois, a realização da Copa do Mundo no Brasil causa diferentes efeitos e expectativas. No comércio local, a repercussão foi, em geral, negativa, com lojas fechadas ou desertas durante os jogos, o que representa vendas perdidas que não serão recuperadas depois. No mesmo período, a sequência de dias chuvosos e o inverno sem o frio esperado também influenciaram os resultados nas lojas. A partir de agora, o foco dos comerciantes deve ser aproveitar as oportunidades que aparecerem para dar uma guinada nas vendas.
O setor do vestuário foi um dos mais afetados, tanto pela Copa, quanto por fatores climáticos, como temperaturas acima dos 25ºC em boa parte do mês de julho. Para tentar reverter a situação, as promoções tendem a ser antecipadas, como nas lojas Tevah, que tiveram vendas 15% menores e já começaram as promoções. Para eles, o Dia dos Pais é uma das expectativas de retomada do movimento.
Já os lojistas que conseguiram planejar ações para manter as lojas abertas e vendendo durante a Copa, pelo menos, evitaram prejuízos. Uma dessas foi a Colombo, que programou promoções e descontos para os horários dos jogos do Brasil. Mesmo com poucos clientes nas lojas, a empresa conseguiu manter as metas de vendas em dia, sem prejuízos. Outro estabelecimento que conseguiu reverter os jogos em ganhos foi a padaria Di Marzari, que ofereceu pipoca grátis aos clientes durante alguns jogos:
- Deu bastante retorno, as pessoas ficavam bastante tempo na padaria, assistiam parte do jogo e acabavam levando algo mais. Mesmo nos dias que fechamos as portas na hora do jogo, o esforço em atender as encomendas de cachorrinho e outros salgados para o mesmo dia foi recompensado, porque as pessoas se programavam para comer algo diferente durante o jogo - conta a supervisora Jaqueline Zuchetto.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Jacques Eskenazi Neto, confirma a sensação de queda nas vendas. Segundo ele, dificilmente as lojas mais afetadas recuperarão o que foi perdido ao longo do mês, mas é possível retomar o crescimento:
- Um dos fatores que devem ajudar é a promoção da CDL 50 Anos, 50 Prêmios, que começa em agosto. O sucesso da campanha será medido pelas vendas dos lojistas.
Bares e restaurantes também tiveram reflexos
Em Santa Maria, dos dois bares consultados pela reportagem, apenas o Freguesia teve as suas expectativas de crescimento no movimento confirmadas, com a casa lotada durante e após os jogos. Ainda que não tenha havido prejuízo, a Choperia Alemanha esperava faturar mais durante os jogos. Já as churrascarias tiveram de aceitar a queda no movimento. Em dias com jogos às 13h, a Bovinu's recebeu menos de um terço dos clientes habituais. Mesmo após o término das partidas, o restaurante teve a metade do movimento para o jantar, em dias de jogos.
O economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Fabio Bentes, ressalta outro fator para as dificuldades em alavancar vendas:
- As taxas de juros ainda estão subindo tanto para o consumidor quanto para os empresários. E, como os brasileiros olham o valor da prestação, os prazos menores dificultam as vendas.
OS REFLEXOS DA COPA
O 'Diário' conversou com duas empresas de cada setor abaixo, do comércio e da prestação de serviços, para saber como os jogos do Brasil influenciaram no movimento e nas vendas.
Veja abaixo qual foi o diagnóstico:
- Lojas de calçados - Registraram queda no movimento nos horários dos jogos. Uma delas contabilizou 20% menos vendas nesses dias. Em outra, o movimento baixo durou todo o mês e pôde ter tido outras influências, como os vários dias chuvosos
- Vestuário - Vendas caíram de 15% no período, em relação ao mesmo período no ano passado. Em outra loja, os resultados ficaram 12% abaixo das metas, mas o inverno com poucos dias de frio também influenciou
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