Contingenciamento federal

Cortes de verbas ainda repercutem pouco na Universidade Federal de Santa Maria

Lizie Antonello*

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A palavra de ordem na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) nos últimos tempos tem sido contingenciamento. Na prática: gastar o mínimo e cortar o que for possível para não parar. Isso porque, apesar de ter orçamento aprovado pelo Ministério da Educação (MEC), o dinheiro que chega do governo federal é menor do que o que a universidade precisa para pagar as contas — limpeza e vigilância estão com o pagamento atrasado há dois meses.

Governo federal anuncia corte de quase R$ 70 bilhões no orçamento

Os atrasos nos repasses federais ocorrem desde março deste ano. Segundo o reitor Paulo Burmann, a dívida com prestadores de serviço e fornecedores da Federal é de cerca de R$ 10 milhões.

Andando pelo campus em Camobi, a sensação que se tem é que tudo está normal. Não são vistos serviços interrompidos nem obras paradas. O atraso no pagamento por parte da UFSM não está implicando na paralisação de atividades. As empresas terceirizadas estão garantindo os salários dos funcionários, mas há falta de material para a limpeza. Os alunos perceberam que há reflexos nas viagens de estudo e no fornecimento de cópias durante as aulas.

Sulclean diz que, se não receber, pode cortar serviços na UFSM

Na sexta-feira, o governo federal anunciou um corte de R$ 69,9 bilhões no Orçamento da União para 2015. O ministério que sofreu o maior contingenciamento foi o das Cidades, com R$ 17,2 bilhões, seguido por Saúde (R$ 11,7 bilhões) e Educação (R$ 9,4 bilhões). A Educação, principal bandeira do segundo mandato de Dilma Rousseff, terá orçamento de R$ 39,3 bilhões, segundo o governo, capaz de manter programas e o funcionamento das universidades e dos institutos federais.

Falta material de limpeza

Apesar de não haver sujeira ou lixo acumulado nos prédios, os funcionários da Sulclean, empresa que presta serviço de limpeza para UFSM, disseram que, sofrem com a falta de produtos para trabalhar.

Na volta às aulas da UFSM, ordem é cortar gastos

— Tem faltado bastante material, já faz uns dois meses. A gente vai se virando, mas fica bem difícil trabalhar porque falta sabão, alvejante, cera, desinfetante. Como vamos limpar um chão só com água? — relata uma servidora que pediu para não ter o nome divulgado.

— A gente não faz milagre. Como limpar um banheiro sem alvejante? — reforçou outra servidora.

Servidores da universidade confirmam as queixas dos funcionários da Sulclean.

— O que observamos é a falta materiais, porque a mão-de-obra temos. Não notamos sujeira porque elas fazem o que podem com o material que têm — contou a assistente em administração Alice Veleda Wendt.

Corte de orçamento depende de votação na Câmara

O "Diário" tentou falar com a direção da Sulclean na quarta e na sexta-feira, e o responsável não foi localizado nem na sede do campus, nem na sede central da empresa e não atendeu as ligações para o celular.

O pró-reitor substituto de infraestrutura, Wanderley Vasconcellos, disse que, neste mês, foi possível pagar 50% da conta com a Sulclean.

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