De olho em 2016

'Se eu concorrer, venho para ganhar', diz Pozzobom

Marcelo Martins

Dono de uma fala polêmica e conhecido por protagonizar embates acalorados na Assembleia Legislativa, o deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB), eleito no ano passado para um segundo mandato, conversou com o Diário por uma hora.

O político, de gestos amplos e de voz elevada, não poupou críticas ao ex-governador Tarso Genro (PT) a quem credita considerável responsabilidade pelo déficit nas finanças gaúchas. Ele repetiu, por várias vezes, que "ainda será prefeito de Santa Maria" e com discurso de candidato, ainda que negue, disparou contra a administração do prefeito Cezar Schirmer (PMDB).

No ano passado, ele foi o deputado estadual mais votado por Santa Maria. Pozzobom concorreu, em 2012, a prefeito e acabou em terceiro lugar quando Schirmer, então, foi reeleito.

Confira, abaixo, a íntegra da entrevista de Pozzobom ao Diário.

Diário de Santa Maria - O senhor esteve na manifestação de 15 de março contra o governo de Dilma Rousseff. O senhor defende o impeachment da presidente?

Jorge Pozzobom - O impeachment decorre da apuração de um crime de responsabilidade. Uma vez executado e comprovado o crime de responsabilidade há a possibilidade de abertura do processo do impeachment no Congresso e, óbvio, respeitando o devido processo legal e legislativo e indo a plenário, eu sou favorável. Mas antes de se definir que houve um crime de responsabilidade e sem respeitar todo o processo não vou concordar (com processo de impeachment). Querer imputar um crime de responsabilidade para montar um processo de impeachment eu não concordo. Porém, por outro lado, tenho a convicção de que acordo com a Teoria do Crime Continuado, quando a presidente era ministra de Minas e Energias, presidente da Comissão da Petrobras e chefe da Casa Civil - toda essa equipe cometeu crime. Mas eles não a atingiram diretamente porque ela, à época, não era presidente (da República). Mas no momento em que ela se torna presidente, e toda aquela equipe que cometia crimes com ela, há, sim, a Teoria do Crime Continuado. E tenho a convicção jurídica que houve um crime continuado e que ela, sim, cometeu um crime de responsabilidade, o que autoriza a abertura de um processo de impeachment.

Diário - O PSDB voltou a ser oposição depois da expressiva votação de Aécio Neves à presidência. O PSDB voltou a ter cara de oposição?

Pozzobom - Não é verdade que não se tinha oposição. É que o governo e o PT compraram a maioria absoluta no Congresso através do mensalão. Não é que não existia oposição. É que éramos cem deputados contra 400. Nós não conseguíamos levantar a voz de oposição porque o governo capitaneou os 400 deputados. A oposição havia. Mas a nossa voz era muito difícil de ser ouvida. Com a eleição, todos os fatos começaram a vir à tona. A oposição surgiu naturalmente. O Aécio capitaneou a voz das pessoas. Se teve um grande sentimento de as pessoas quererem mudanças. O PSDB foi escolhido, naquele momento, pelas pessoas, pela voz das ruas. Pedir e avaliar a possibilidade de impeachment não é golpismo. É parte de todo e qualquer cidadão. Tivemos 51 milhões de brasileiros que disseram não aos brasileiros. Se somarmos quem votou no Aécio, que não votou na Dilma e quem se absteve, a Dilma foi perdedora.
 
Diário - O senhor escreveu, na sua conta no Twitter, que jamais seria preso pois não é do PT. O senhor acredita que o PSDB é imune à corrupção?

Pozzobom - O PT quando está acabado faz o seguinte: eles pegam uma frase isolada e tentam se fazer de vítima. O PT nessa época estava detonando o PSDB e chamando os tucanos de corruptos, de ladrões e de sem-vergonha. À época, o Vinicius Wu (ex-secretário-geral de Governo e coordenador do Gabinete Digital de Tarso) e eu estávamos falando e ele disse "te cuida, porque calúnia é crime". E eu disse "me processa, porque eu e

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