Na Região Central, os alimentos estão mais caros que no período das enchentes de 2024; a carne é a maior vilã

Na Região Central, os alimentos estão mais caros que no período das enchentes de 2024; a carne é a maior vilã

Fotos: Bibiana Pinheiro (Diário)

Olhando para as notas fiscais do supermercado, a santa-mariense Izabel Rangel de oliveira, 52 anos, compara o momento atual com o período das enchentes, quando vários alimentos ficaram mais caros. Nos cálculos da dona de casa, o gasto mensal da sua família de três pessoas no supermercado chega a R$ 2 mil. Conforme os dados da Cesta de Alimentos da Receita Estadual (PCA-RE), que calcula o preço médio de mais de 60 alimentos a partir de cada compra feita no Estado, na Região Central, há uma alta progressiva desde janeiro. Carnes, aves e ovos são apontados como inimigos. 


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Se o dinheiro do brasileiro está valendo menos, a culpa recai, em grande proporção, nos alimentos. Eles que influenciaram diretamente a alta de 0,43% na prévia da inflação oficial de abril deste ano, conforme indica o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período de 2024, a alta foi metade desse percentual, 0,21%. Em 12 meses, o índice soma 5,49%. Em outras palavras, a família de Izabel Rangel sente que seu dinheiro não está mais comprando os itens que antes adquiria: 

A compra de Izabel somou R$ 700.

– Aumentou bastante, principalmente café e carne, estes estão muito altos. Na realidade, a maioria das coisas subiu. Toda semana está aumentando. Toda semana o preço muda. Se antes fazia uma compra de R$ 500, agora, a mesma compra sai por R$ 700. Pior que está parecendo o período da enchente. Oscila muito os preços. 

A variação de preços há um ano 

Com a estrutura de cálculo da Cesta de Alimentos da Receita Estadual é possível observar a variação dos produtos em cada região. Nessa matéria consta dados da Região Central, que inclui Santa Maria. Conforme esses dados, desde janeiro desse ano, os alimentos estão mais caros. Alguns, chegaram a valores maiores que em maio e junho do ano passado, quando houve as fortes chuvas e muitos dos itens tiveram variações. 

Hoje,o preço das carnes seria o mais preocupante. No caso da aposentada Maristela Silveira dos Santos, de 53 anos, as próximas refeições da família serão coxa e sobrecoxa, já que a carne que pesou nesta sexta-feira (2) deu R$ 80. 

– Um absurdo o preço das coisas. Pedi uns bifes de colchão mole agora e deu R$ 80. Se levasse a carne,  deixaria açúcar e massa. Então, escolhi galinha – explica Maristela, que comprou três ​coxa e sobrecoxa por R$ 25. 


Veja abaixo o conjunto de itens consumidos pela maioria das famílias e que tiveram aumentos significativos nos preços. 

Carnes 

Alcatra 

  • Em maio de 2024, R$ 50 o quilo. Abril deste ano, R$ 58. 

Coxão de dentro 

  • Em maio de 2024, R$ 41,90 o quilo. Em abril deste ano, passou para R$ 47,98. 

Costela suína 

  • Aumento de praticamente R$ 5 o quilo. Hoje, R$ 29,90. 

Alternativas 

Peito de frango 

  • Abril de 2025, R$ 24,99 o quilo. Ano passado, no mesmo mês, era R$ 19,95 quilo.

Coxa de frango

  • Abril de 2024, R$ 8,10 o quilo. Desde junho vem aumentando. Hoje, R$ 13,25 

Ovo de galinha 

  • Alcançou R$ 12,12 a dúzia em maio do ano passado. Depois de redução considerável, voltou a subir em janeiro. Em abril, o valor é R$ 15,29. 

Carne moída de 2ª 

  • Em maio de 2024, R$ 26,95 o quilo. Hoje, quase R$ 30. 

Outros itens 

Café moído 

  • O item vem crescendo constantemente. Em abril, o quilo chegou a R$ 59,98

Óleo de soja 

  • Hoje, a R$ 7,99. Mas no ano passado, na mesma época, tinha uma diferença de R$ 1, era R$ 6,44.  

Tomat

  • Subiu mais de R$ 3 de março a junho, quando chegou a R$ 10,20 o quilo. Reduziu, mas em janeiro deste ano voltou a subir. No início do ano R$ 4,39. Em abril, R$ R$ 9,99. 

*A Cesta de Alimentos da Receita Estadual (PCA-RE) calcula os preços dos alimentos e o valor da Cesta de Alimentos das famílias gaúchas com base em dados extraídos das Notas Ficais Eletrônicas de Consumidor (NFC-e). São 65 alimentos selecionados, com visões por região do Estado (Corede) e/ou por produto.


O brasileiro vai ter um respiro?

Desde o ano passado, o governo federal estaria atento às altas dos preços dos alimentos, mas, até então, não houve uma medida adotada que surtisse efeito. As famílias estariam aguardando um respiro no orçamento. 

Café é um dos itens que está gradativamente mais caro.

Brasileiros precisam ganhar 5 vezes mais 

Em todo o Brasil, para que uma família de quatro pessoas tenha acesso à alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o trabalhador deveria receber um salário mínimo de R$ 7.398,94, ou 4,87 vezes o mínimo reajustado em R$ 1.518,00. O cálculo é de Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) levando em consideração 14 das capitais do país. O departamento faz mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. A capital do Estado é um dos pontos de pesquisa, e aponta um aumento de 1,83% de março de 2024 a março 2025. 


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