No centro da polêmica

'A imagem da instituição está abalada', diz o reitor da UFSM

Marcelo Martins

A polêmica em torno do ofício encaminhado pela reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) com o objetivo de identificar a presença de estudantes e professores israelenses na instituição segue ecoando dentro e fora da instituição. Na terça-feira, o reitor Paulo Burmann abriu as portas do seu gabinete ao "Diário" e falou por cerca de 30 minutos. Burmann reconheceu que a UFSM fica um tanto chamuscada com o caso.

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israelenses na UFSM

— A imagem da instituição está abalada — admite Burmann.

O reitor sustentou que não errou no encaminhamento do caso, mas lamentou não ter dimensionado a repercussão política:

— A universidade arriscou-se a responder um questionamento sobre um tema que poderia ter repercussão no cenário político de relações entre os povos.

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Burmann argumentou ainda que não cabe a ele questionar o pedido com cinco perguntas, feito pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm) e Associação dos Servidores (Assufsm), em nome do Comitê Santa-Mariense de Solidariedade ao Povo Palestino. O reitor alegou que a instituição apenas seguiu o que prevê a Lei de Acesso à Informação.

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— O que está sendo posto é que a universidade estaria elaborando uma lista. Em nenhum momento, isso está sendo mencionado. Não existe lista — afirmou Burmann.

O reitor não escondeu seu descontentamento com a exposição da UFSM e avaliou que há falas oportunistas e discursos difamatórios em torno da Federal e, inclusive, direcionados a ele e a sua gestão.

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Desde a última sexta-feira, o gabinete do reitor contabilizou seis reuniões. A última delas, na segunda, durou duas horas, com os diretores de centros. Ele pediu reserva ao tratarem do tema. A precaução é justificada pelo próprio Burmann para que a instituição não seja alvo de um desgaste ainda maior.

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da presença de israelenses na instituição

A entrevista do Diário foi acompanhada por dois assessores, um deles gravou a conversa. Ao final da entrevista, Burmann afirmou que, em apenas 10 dias, esse foi o segundo ataque à instituição. O primeiro, segundo ele, foi quando se anunciou a criação da Comissão da Verdade, o que gerou posições contraditórias.

Sem desdobramentos

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