
Há pelo menos 15 anos, professores, funcionários e alunos do Centro de Educação Infantil Casa da Criança de Santa Maria convivem com goteiras, infiltrações, salas alagadas e problemas na rede elétrica da escola. Atualmente, quatro, das nove salas de aulas, estão em estado crítico de infiltração, com lâmpadas precisando ser interditadas para evitar novos curtos circuítos. Uma obra para reforma do telhado da instituição está em processo orçamentário, com previsão de início para o mês de agosto.
Localizada no Bairro Passo D’Areia, a Casa da Criança atende 360 alunos, com idades entre 0 e 7 anos, divididos em 16 turmas. A cada chuva, as turmas são realocadas, e os alunos precisam conviver com o piso molhado, goteiras e baldes espalhados pela instituição. Por se tratar de um problema antigo, a diretora, Elisa Kummer, relata que já decorou os pontos de infiltração, mas que, mesmo assim, já foram perdidos materiais dos alunos, mobílias em madeira das salas e até documentos da direção.
— Quando está preparando para chuva, a gente já se organiza. Já sabemos os pontos das goteiras mais intensas e então tapamos os computadores com lonas e trocamos os mobiliários de lugar, para que não tenhamos mais perdas do que a gente já teve — informa a diretora.

Insegurança
Cerca de 15 dias atrás, duas turmas de maternal e turno integral precisaram ser realocadas da parte da frente da escola por conta de um curto-circuito sofrido na rede elétrica das salas ocasionado pelas fortes chuvas. A área foi interditada, e os alunos assistem às aulas no refeitório da escola. Por conta disso, o almoço é servido no corredor, e os lanches dentro das salas de aula.
Uma das alunas afetadas é filha da Laís Freitas, que tem dois filhos matriculados na escola, de 5 e 3 anos. Autônoma, Laís acompanha os problemas decorrentes da chuva na escola desde que matriculou o filho mais velho no berçário, há quatro anos. Em nome dos pais e responsáveis, ela se preocupa com a saúde e bem-estar dos pequenos, caso o problema demore a ser solucionado:
— Eu tenho muito medo, a infiltração atinge toda a escola e a parte da frente já deu curto-circuito. Imagina se acontece com uma criança na sala, ou uma coisa mais séria? Ou até mesmo um tombo, a escola fica extremamente alagada. E também tem o lado da saúde dos pequenos, de ficar no ambiente molhado e úmido — reflete a mãe.
Leia mais sobre Educação:
- Ex-ministro da Educação é preso por esquema de desvios de verba no MEC
- Homeschooling: entenda as implicações da regulamentação do ensino em casa
- “Se seguir essa redução, a nossa Universidade e as universidades do país vão virar uma grande escola”, diz reitor da UFSM
Possíveis reformas

Mensalmente, representantes da escola, da prefeitura e do Ministério Público se encontram em audiências para tratar das reformas necessárias na escola. A prioridade será o reparo total do telhado, na intenção de sanar o problema, mas reparos nos danos causados na rede elétrica e na estrutura também estão previstos. Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Smed), a reforma está em fase de orçamento, e será de caráter emergencial.
Quanto ao prazo, a estimativa da Smed é que inicie em agosto, com duração de pelo menos um ano, dividida em duas fases: uma para o telhado e outra para a parte estrutural. O valor total da obra ainda não foi estimado.
Eduarda Costa, [email protected]