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Foto: Charles Guerra (arquivo, Diário)
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Churrasco, família, amigos e futebol. Uma combinação simples, muito presente na vida de inúmeros brasileiros, mas que também era a marca registrada de Luiz Claudio Mello. Patrono do Inter-SM e lendário ex-dirigente do clube, o empresário faleceu na tarde de quinta-feira (27), aos 82 anos, após enfrentar dificuldades de saúde nos últimos dois anos. Ele estava internado na Casa de Saúde de Santa Maria desde agosto, com problemas no sistema urinário.
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Nascido em Cacequi, Mello se mudou para Santa Maria aos oito anos para estudar. Na cidade, fez Contabilidade no Colégio Marista e, posteriormente, cursou economia, mas não terminou. Na vida pessoal, casou-se com Sônia Maria Farina, que morreu em 2021, e teve três filhos: Juliane, Luiz Claudio Jr e Rodrigo. O último tem duas filhas, Manuela e Antonella.
Uma vida dedicada ao Alvirrubro
Na juventude, Luiz Claudio Mello se destacou jogando basquete pelo Corintians, conquistando inúmeros títulos e sendo convocado para a Seleção Gaúcha. Contudo, o amor pelo futebol ganhou força, em especial a relação com o Inter-SM.
Em 1979, iniciou a trajetória como dirigente do clube. Como primeira atitude, transferiu a sede da agremiação, que estava no Centro, para a Rua Ana Nery, local onde permanece até hoje. Dois anos depois, estava presente na diretoria do time que foi terceiro colocado no Campeonato Gaúcho e conquistou o título de campeão do interior. Em 1982, foi presidente quando o clube disputou a Taça Ouro, equivalente à Série A do Campeonato Brasileiro da época.
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Na presidência, foram sete mandatos. Quando não estava no cargo, Mello ocupava a função de diretor de futebol ou de conselheiro, estando próximo dos dirigentes mais novos para auxiliar com sua experiência. O atual presidente interino do Inter-SM e presidente do Conselho Deliberativo, José Alípio Marques de Oliveira, foi um dos que aprenderam convivendo com o patrono alvirrubro.
– Ele foi o meu mentor no Inter-SM. Ele que me colocou como conselheiro no clube em 1985. No mesmo ano, virei presidente com ele me monitorando e passando experiência. Era uma pessoa maravilhosa, de um coração enorme. Era um homem honesto, muito sério e cheio de amigos. Eu nunca vi falarem mal do Luiz Claudio – disse o amigo.
Quem também teve Luiz Claudio Mello como mentor foi Heriberto Marquetto, ex-presidente do clube em diferentes épocas. Ele revelou que sempre buscava ter o amigo na diretoria quando atuava como presidente, pois entendia que se tratava de alguém capacitado para lhe ajudar.
– Independente de quem estivesse como presidente no clube, poderia contar com ele. Eu cansei de pegar conselho com ele, de sentarmos e nos reunirmos. A maioria das vezes em que eu fui presidente, ele foi o meu diretor de futebol. Ele será sempre um exemplo. Vai ser difícil encontrar uma pessoa que tenha um amor tão grande pelo Inter-SM como ele tinha – contou Marquetto.
De pai para filho
A presença constante do pai no Estádio Presidente Vargas fez com que Rodrigo, o filho caçula, se interessasse pela equipe também. A paixão foi crescendo e, ainda na infância, viajava junto da delegação para acompanhar as partidas pelo interior do Rio Grande do Sul.
– Eu lembro de escutar muitas preleções de treinadores. Isso gerou em mim uma vontade de conduzir equipes, de liderança, foram momentos muito marcantes para mim. Ele fazia isso muito bem, lembro de situações que ele mexia com o grupo. Tinha essa capacidade de entrar em um vestiário e ser respeitado, independente do cargo que ocupava – contou Rodrigo.
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Ao ser questionado sobre as características do pai, Rodrigo exalta o carinho com os filhos, o companheirismo, além da lealdade à esposa Sônia. No futebol, o também empresário reconhece que Mello foi importante para a história alvirrubra e se emociona ao lembrar das histórias sobre a Batalha de Sarandi, quando o Inter-SM voltou à elite do futebol gaúcho após vencer o Ipiranga de Sarandi, em 1991. Da mesma forma, recorda de momentos específicos que fizeram a admiração pelo pai aumentar.
– Lembro que uma vez eu estava na Baixada, na época de verão, na arquibancada. Estava todo mundo com aquele saquinho de bergamota, e as pessoas ficavam jogando no campo. O meu pai atravessou a casamata e eu pensei que iam jogar algo na cabeça dele. Ele levantou as mãos, pediu para as pessoas pararem, pois o clube podia ser punido. No fim, eles pararam e ainda aplaudiram ele. Aquilo foi um exemplo de que, independente de quem fosse, no meio que ele estivesse, ele era muito respeitado – diz Rodrigo, emocionado.
O filho mais novo ainda contou que, mesmo internado durante quatro meses, Luiz Claudio Mello estava sempre ouvindo rádio para saber notícias do Inter-SM. O amigo pessoal, José Alípio Marques de Oliveira, disse que telefonava diariamente para ele e o assunto principal também era o Alvirrubro. Sendo assim, em seus últimos momentos de vida, o patrono do clube provou mais uma vez que estava sempre ao lado time santa-mariense, mesmo nas dificuldades.
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