
Montagem: Footy Headlines

Na segunda-feira (28), o Brasil foi pego de surpresa com a notícia de que a camisa alternativa da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2026 deve ser vermelha. Pelo menos é o que garante o site especializado Footy Headlines, conhecido por vazar detalhes sobre camisas de clubes e seleções, antes dos anúncios oficiais.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Além de romper com o tradicional azul para o segundo uniforme, a nova camisa também contaria com o logo da Jordan, linha da Nike que estampa a silhueta do astro do basquete Michael Jordan.
A informação não foi confirmada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que se manifestou na noite de terça-feira (29). Em nota, a entidade reafirmou compromisso com seu estatuto e informou que a nova coleção de uniformes para o Mundial ainda deve ser definida, juntamente com a fornecedora de material esportivo.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) esclarece que as imagens divulgadas recentemente de supostos uniformes da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026 não são oficiais.
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) April 30, 2025
Nem a CBF e nem a Nike divulgaram formalmente detalhes sobre a nova linha da Seleção.
A… pic.twitter.com/HJmUYdT3ZC
Discussão política
Com o rumor, discussões e dúvidas surgiram nas redes sociais acerca da possível escolha da CBF sobre o uniforme. A repercussão chegou até mesmo ao legislativo.
Como a cor é associada a movimentos e partidos de esquerda, a possibilidade gerou revolta de políticos bolsonaristas, conhecidos por utilizarem as tradicionais camisas verde e amarela. Nesta terça-feira (29), o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) apresentou um projeto de lei para tornar obrigatório o uso das cores oficiais da bandeira nacional, em vestimentas de entidades públicas ou privadas, que representem oficialmente o Brasil.
Brasil já usou vermelho antes
Usar vermelho não seria uma novidade na história centenária do selecionado nacional. Em 1917, três anos depois de seu jogo inaugural, a Seleção usava branco, assim como Uruguai e Chile. No Campeonato Sul-Americano daquele ano, o Brasil foi sorteado para utilizar outra cor, nas duas partidas contra estes adversários. A cor escolhida foi o vermelho.
Vinte anos depois, em 1936, os brasileiros deram má sorte no sorteio mais uma vez. Ao enfrentar o Peru, que também vestia branco, o Brasil precisou improvisar. Em competição na Argentina, a solução foi pegar emprestado o uniforme vermelho do Independiente. No ano seguinte, o mesmo perrengue: desta vez, a camisa emprestada foi a do Boca Juniors, utilizada em partida contra o Chile, que jogou de branco.

Seleção nem sempre foi Canarinho
Os problemas com a camisa branca, amplamente utilizada pelas seleções na primeira metade do século 20, persistiram até as Eliminatórias da Copa do Mundo de 1953. A partir de então, a famosa camisa amarela, com detalhes em azul, foi institucionalizada como uniforme principal da seleção brasileira, o que rendeu o apelido “Canarinho”, em alusão ao pássaro.
Após a derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950, no Maracanã, a camisa branca virou sinônimo de má sorte e não foi utilizada novamente nos principais uniformes da seleção. A cor foi usada apenas em um amistoso em 2004 e retornou como terceiro uniforme, em 2019.
Já a azul, tradicionalmente utilizada como camisa alternativa, também nasceu do improviso. Mais uma vez, o Brasil encontrou-se em um confronto de cores. Em 1958, na final da Copa do Mundo, a Suécia também usava o amarelo. Por sediarem aquela edição, os europeus entraram em campo com o uniforme principal. O Brasil, com o azul, ergueu sua primeira taça naquele dia.
Camisa vermelha viola estatuto?
Em nota, a CBF reafirmou seu compromisso com o estatuto da entidade. De acordo com o artigo 13, do capítulo três do documento, os uniformes devem obedecer às cores existentes na bandeira do Brasil. No entanto, outras cores podem ser usadas em modelos comemorativos, desde que aprovadas pela direção da entidade. O que caracteriza uma situação comemorativa, porém, não está descrito no estatuto.
Até o momento, o rumor não detalha os motivos para a possível utilização do vermelho. Não se descarta a possibilidade da associação com a origem do nome “Brasil”. Uma das teorias sobre a etimologia da palavra é sua associação ao pau-brasil, chamado dessa forma por sua cor vermelha, que lembrava brasas de fogo.