Diesel tem aumento médio de R$ 0,40; confira pesquisa em postos

Em Santa Maria, o valor médio do diesel subiu R$ 0,40 em apenas duas semanas. Pesquisa realizada ontem pelo Diário em 30 postos mostrou que o litro custava, em média, R$ 6,83. O aumento foi de 6,22% em relação ao preço médio de 27 de abril, quanto era vendido por R$ 6,43.

O produto mais barato encontrado ontem custava R$ 6,63, enquanto o mais caro chegava a R$ 7,29. Os valores são equivalentes aos da gasolina. Dessa forma, o diesel deixou de ser mais barato.

A alta do diesel, combustível que alimenta o transporte no país, pesará ainda mais no bolso dos caminhoneiros e da população em geral. A tendência é que o reajuste seja repassado ao preço dos fretes, refletindo em aumento generalizado de preços, especialmente dos alimentos e do transporte coletivo.

De acordo com Claudio Tavares, gerente comercial da distribuidora Santa Lucia, é possível que o diesel tenha novos aumentos nas próximas semanas, em função da estabilidade do mercado internacional. A própria gasolina deve ter reajuste em breve.

– É uma situação mundial. Esta semana teve uma queda de 3% a 3,5% no barril (de petróleo). O dólar está alto ainda, e a China está retraída em função da paralisação da Covid – aponta.

Tavares diz que o momento é de análise e acompanhamento do mercado. O período é de final da colheita da soja e do início do plantio do trigo no Estado. Com o diesel caro, aumentam os custos na agricultura. O resultado são alimentos, como verduras, frutas e legumes, mais caros na mesa da população.

FRETES

E as dificuldades desse aumento no preço do diesel são sentidas por Fábio Santana, 37 anos. Caminhoneiro há 14 anos, ele viaja entre o sul do Estado e o Mato Grosso e afirma que planeja percursos que permitam economizar com o combustível.

– A situação não está boa para o transporte brasileiro. Por exemplo, aqui no posto onde eu estou, pagava R$ 6,04. Ontem (quinta-feira), consegui a R$ 6,44. Se começares a fazer conta, não carregas nenhum frete – comenta Santana.

Ainda de acordo com o caminhoneiro, na atual situação, entre 60% e 70% do lucro do frete acaba sendo direcionado ao diesel. O caminhoneiro aguarda os repasses dos valores dos fretes pelas transportadoras para avaliar o cenário. Mas reconhece que, neste momento, não há como a categoria paralisar.

– Viagem longa ou para perto não há como fazer, mas parar acredito que seja pior – pondera Santana.

De acordo com a nova legislação em vigor desde o início de maio, os preços dos combustíveis não podem mais ser exibidos pelos postos com três casas decimais nos centavos. Nas bombas de abastecimento, o último algarismo deve ser zero.

A PESQUISA EM 30 POSTOS

A pesquisa foi realizada entre 8h e meio-dia de quinta-feira. Os preços praticados após este período podem ser diferentes.

Por Francine Boijink e Marcos Fonseca