Fotos: Divulgação
na foto o coreógrafo Mailon Marques
Nesta terça-feira (12), celebra-se o Dia do Hip Hop. Originalmente emergido nas periferias de Nova York na década de 1970, o movimento se consolidou como uma das formas mais poderosas de expressão artística e de resistência social. E por meio deste impulso, surgiu o projeto independente "Cia Diácono", que tem como pilares a inclusão social por meio do acesso e preservação da cultura hip hop, especialmente a dança. Já são 18 anos de projeto buscando amenizar danos gerados pela vulnerabilidade social e econômica de Santa Maria.
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Em 18 anos, crianças e jovens passaram pelo projeto
O projeto independente “Cia Diácono” teve início em 2005, com a coordenação da Professora Sandra Rodrigues, que atua na Escola Municipal de Ensino Fundamental Diácono João Luiz Pozzobon, no bairro de mesmo nome. O projeto dos coreógrafos Vinicius Rodrigues Coelho e Mailon Rodrigues Marques, juntamente com os integrantes Bruno Coelho Rodrigues, Diogo Coelho Ferreira e Andressa Bitencourt Pinheiro, levam atividades ao espaço cedido por uma escola. No local ocorrem aulas de dança urbana como: break, locking, vogue, entre outras. São cinco elementos desta cultura: o MC, DJ, grafite, break e o conhecimento (saiba o significado abaixo).
Segundo os organizadores, a iniciativa surgiu com o intuito de amenizar danos gerados pela vulnerabilidade social, econômica e pela violência, promovendo o desenvolvimento das crianças e jovens, por meio do acesso e preservação da cultura hip hop, especialmente a dança. As aulas são realizadas duas vezes por semana durante o horário noturno para que todos possam participar.
Nesses 18 anos, inúmeras crianças e jovens foram contemplados pelo projeto, que não conta com nenhum recurso financeiro. Para o custeio das atividades, como viagens, o grupo tem a arrecadação feita na própria comunidade e por apoiadores. Já foram diversas premiações e idas em festivais, como o Santa Rosa em Dança; Santa Maria em Dança; Festival Internacional de Hip Hop; Dançando na Fronteira da Paz, entre outros.
No dia do seu aniversário, que é nesta terça-feira (12), Mailon Marques, 33 anos, um dos coreógrafos do projeto, relata que teve sua vida transformada desde menino.
– A cultura hip hop transformou minha vida, foi a luz quando eu não via saída. Eu era apenas um menino em um local onde nem erva daninha vinga. E hoje depois de todos os ensinamentos e superação, tento passar para eles que é possível, sim, através dessa cultura que tanto amo, sonhar e ter um futuro mais igualitário, justo e acolhedor – relata o professor.
O coreógrafo conta que, após a pandemia de Covid-19, a iniciativa teve um salto, e eles foram contemplados com prêmio nacional do cinquentenário da cultura hip Hop. Além disso, foram agraciados pela Lei Edir Blanc do Município com a 3° Mostra Cia Diácono.
Mais recentemente, no último sábado (9), o grupo protagonizou o espetáculo "Muleque de Vila", no Theatro Treze de Maio.
– Foi uma experiência única poder colocar a periferia em um ambiente tão elitizado. Foi mais que uma celebração. Uma seção de lágrimas de emoção, muito lindo – finaliza o coreógrafo.
Podem participar do projeto, crianças de 7 a 18 anos da comunidade do Bairro Diácono João Luiz Pozzobon. Para quem quiser participar ou conhecer mais sobre o projeto, basta procurar a escola no Instagram @ciadiacono. Mailon disponibiliza o WhatsApp: (55 99142437).
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🎤💿🎵Dia do Hip Hop
DJ, MC, grafitti e breaking. Esses são os quatro pilares da cultura hip hop, que nasceu no Bronx, em Nova York, em meados de 1973. O movimento começou a se espalhar pelo mundo e chegou no Brasil em 1980, especificamente em São Paulo, cidade chamada de "berço do hip hop". Foi nela onde surgiu muitos artistas reconhecidos como por exemplo Thaíde, DJ Hum, Racionais MC's, Rappin Hood.
O hip hop consiste em uma música rítmica estilizada que comumente acompanha o rap, uma fala rítmica e rimada que é cantada. No momento em que o hip hop surgiu, a base concentrava-se nos disc jockeys que criavam batidas rítmicas chamadas "loop" (pequenos trechos de música em repetições contínuas) em dois turntables, que atualmente é referido como sampling. Posteriormente, foi acompanhada pelo rap (abreviatura de rhythm and poetry ou ritmo e poesia em inglês) com uma técnica vocal diferente para acompanhar os loops dos DJs.
A relação entre o grafite e a cultura rap music surgiu quando novas formas de pintura foram sendo realizadas em áreas onde a prática dos outros três pilares do hip hop eram frequentes, com uma forte sobreposição entre escritores de grafite e quem praticava os outros elementos.