Foto: Gabriel Haesbaert
Geneci, Alexandra e Flávia são amigas e compartilham da mesma paixão: a costura. As três começaram na profissão, que um dia foi apenas um hobby e hoje as sustenta financeiramente, de formas diferentes.
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A pioneira, Geneci Somavilla Zago, 58 anos, se mudou de Santo Ângelo para Santa Maria aos 21. Viúva e com duas filhas pequenas, foi no Coração do Rio Grande que, depois de trabalhar alguns anos como empregada doméstica, ela resolveu investir na carreira que considera um dom que a acompanha desde a infância.
- Eu era muito pequena e lembro de roubar pedaços de tecido da minha vó, cortar e fazer roupas para as bonecas - recorda a costureira, que fez o primeiro curso de corte e costura aos 14 anos.
Ao longo da carreira, Geneci foi acumulando "discípulas", as quais ensina e orienta. Uma delas é Alexandra Sanches Dias, 39 anos, que sempre gostou de trabalhos manuais. Apaixonada pelo mundo das linhas e agulhas, ela começou com o crochê e, aos poucos, foi tomando gosto pela costura.
Hoje, Alexandra concilia as duas atividades e é uma das sócias do Ateliê de Costura e Crochê, criado há 30 anos por Geneci:
- Comprei minha primeira máquina e comecei a aprender sozinha. Em 2005, fiz um curso e fui trabalhar no ateliê. No início, eu cumpria expediente no local apenas duas vezes por semana. Depois, com incentivo de Geneci, assumi a costura como profissão diária há 11 anos.
Cansada da instabilidade da profissão de vendedora, Flávia Freitas, 36 anos, largou as atividades anteriores para se dedicar ao ofício de costureira. Para se aperfeiçoar, Flávia fez um curso em 2014, se apaixonou e nunca mais voltou para atrás do balcão do comércio.
- Percebi o quanto esse novo ofício é uma profissão promissora. Hoje em dia, existem poucas costureiras. É um trabalho em que a idade só nos beneficia, ao contrário da minha antiga ocupação que era na área de vendas, onde, atualmente, os jovens dominam o mercado.
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MÁQUINAS A MIL
As clientes, que não param de entrar no ateliê, estão satisfeitas com a perfeição e agilidade do trabalho. A vendedora Ivone Pereira utiliza os serviços há mais de seis anos e diz que "chega sem roupa e sai vestida".
- O trabalho é maravilhoso! Costumo trazer tudo de última hora e elas dão um jeito de atender. Não vou em nenhum outro lugar. Sou cliente fiel - garante.
Renir Bitencourt, representante comercial, há três anos leva roupas para reformar no local. Mesmo peças sem uso, ela entrega nas mãos da equipe:
- Às vezes, compro uma roupa novinha, nem uso e trago aqui para elas fazerem modificações. Confio demais no trabalho delas - afirma.
As costureiras criaram uma página no Facebook, onde divulgam os serviços, e já possuem mais de 70 avaliações positivas no buscador da internet.
PERSPECTIVA
O ateliê tem garantido autonomia financeira para as três, que investiram cerca de R$ 12 mil em máquinas profissionais para cada sala (elas trabalham em cômodos separados e cada uma tem clientes próprias) e ganham, em média, um salário de R$ 4 mil mensais. As costureiras fazem reformas, ajustes e até roupas de confecção própria, dependendo do modelo. Os custos do espaço alugado são divididos entre elas.
- Percebo que a costura tem sido mais valorizada. Antes não era assim. Fico feliz por estar deixando esse legado para as costureiras mais jovens. Um dia pretendo parar e descansar - diz Geneci.
TEM UMA ROUPA QUE AMA E PRECISA DE REFORMA?
Principais serviços oferecidos
- Barras de calça - A partir de R$ 15
- Ajustes de roupas - A partir de R$ 15
- Colocação de zíper - R$ 20
- Peças a pronta-entrega e encomendas de crochê - Conforme orçamento
Como encontrar?
- O Ateliê de Costura e Crochê fica na esquina das ruas Olavo Bilac e Conde de Porto Alegre, 578, Bairro Centro
- Horário de funcionamento - Das 8h às 17h30min
- Telefone para contato - (55) 99131-0781
- Página no Facebook - Ateliê de Costura e Crochê