Mapear os principais fatores que estão interligados ao empreendedorismo é fundamental para nortear diversos atores da sociedade na construção de ambientes mais estimulantes e favoráveis ao ato de empreender.
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A Global Entrepreneurship Monitor (GEM) 2023, realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), é a principal pesquisa que compreende o cenário, cujo objetivo é medir e monitorar o nível de atividade empreendedora em 45 países que integraram essa última edição da pesquisa.
Os aspectos que mapeiam o cenário em nível global e nacional se fazem imprescindíveis na hora de pensar em nossos territórios e em formas de desenvolvê-los por meio da realidade e de tendências que a pesquisa retrata.
Empreendedores estabelecidos
No estágio de desenvolvimento dos negócios, a fase estabelecida é onde se encontram os que iniciaram e estão administrando um negócio e pagaram salários ou remuneração há 42 meses ou mais, ou seja, mais de 3 anos e meio em operação. Em 2023, o Brasil alcançou a taxa de 11,9% neste quesito – 3,2% a mais se comparado com 2020, ano entre os menores indicadores em razão da pandemia.
O percentual coloca o Brasil na 8ª posição entre os países que participaram da pesquisa. Os dados refletem estabilidade econômica para mais empresas, com impacto direto na sociedade, especialmente na geração de empregos, renda e no fortalecimento da economia.
Perfil brasileiro
Os empreendedores estabelecidos concentram-se principalmente em atividades de construção de edifícios (14,2%), vestuário e acessórios (7,2%), alimentação (6,3%), serviços pessoais (5,5%) e manutenção de veículos automotores (4,8%). No recorte de gênero, há uma grande disparidade com mulheres representando 34,6% e homens 65,4%, totalizando, respetivamente 5,7 e 10,9 milhões.
Sonho de ser um empreendedor
O sonho de ter o próprio negócio em um futuro próximo está presente em 48% da população, sendo o terceiro mais citado por brasileiros. O sonho é mais intenso para cerca de 54% daqueles que têm renda familiar de até um salário mínimo, enquanto é de 42% para os que tem renda superior a seis salários mínimos. Isso sugere que empreender é uma alternativa para muitos que buscam melhorar a sua situação econômica e é uma estratégia considerada na geração de renda.
Panorama do RS
A taxa de empreendedores potenciais no RS saiu de 12,7% em 2016, atingindo seu maior valor em 2020 (46,7%). No ano passado, ficou em 39,5%, representando aproximadamente 1,9 milhão de pessoas que poderão se tornar empreendedoras no futuro próximo. Esses indicadores apontam para boas perspectivas de novos negócios, mas, pensando a longo prazo, destacam a necessidade de políticas que tornem o ambiente mais favorável para a criação e sobrevivência das micro e pequenas empresas.
Empreendedorismo Total
A Taxa de Empreendedorismo Total (TTE) representa a proporção da população que na prática está envolvida na criação ou manutenção de negócios. No Rio Grande do Sul esse número é de 33,8%, superior à taxa brasileira, que foi de 30,1%. Estamos falando de aproximadamente 2,49 milhões de gaúchos que representam 5,9% do empreendedorismo total brasileiro, de uma população entre 18 e 64 anos.
Visão abrangente
O levantamento de dados da pesquisa GEM é um acervo valioso e uma rica fonte de dados quando se busca uma compreensão total do universo empreendedor. É imprescindível ser considerada em diversas discussões, tomadas de decisões e políticas públicas orientadas por dados concretos, desde o cenário mais amplo em nível global, até mesmos em cenários mais locais.