
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebon
O presidente Lula concedeu entrevista, na manhã desta terça-feira (3), e colocou a culpa pela trapalhada e todo o desgaste do governo sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na conta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
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O Planalto precisou voltar atrás devido à tamanha repercussão negativa e está discutindo outras possibilidades de arrecadação.
– O Haddad, no afã de dar uma resposta logo à sociedade, apresentou uma proposta que ele elaborou na Fazenda. Ora, se houve uma reação de que há outras possibilidades, estamos discutindo essas outras possibilidades – afirmou Lula, segundo a Agência Brasil.
Em outra declaração sobre o assunto espinhoso, o presidente reforçou o ônus do seu ministro.
–Era uma sexta-feira, quando fizeram o anúncio. Eu já não estava mais aqui. Poderia ter feito uma discussão. Não aconteceu porque era uma sexta-feira e eles queriam anunciar rápido isso para dar tranquilidade à sociedade brasileira. Não acho que tenha sido um erro. Acho que foi o momento político. Em nenhum momento, o companheiro Haddad teve qualquer problema em rediscutir o assunto – enfatizou Lula.
Para se descolar do desgaste de aumento de imposto, o presidente também se atrapalhou. Primeiro, um assunto dessa relevância e de impacto na sociedade não ser discutido com o chefe do país? Isso não convenceu. E segundo, Lula expôs um dos mais fiéis aliados – Haddad concorreu a presidente, em 2018, no pior momento do PT com Lula preso e numa disputa perdida em que “muitos companheiros” não quiseram abraçar esse desgaste.
E terceiro: fragiliza ainda mais seu ministro, de uma área em que o governo acumula trapalhadas. Não dá para ser pai só do Bolsa Família, do Pé-de-Meia, do Farmácia Popular, do Minha Casa, Minha Vida. O presidente precisar saber administrar o ônus e o bônus.
Na foto, Lula aparece ao lado do ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, o marqueteiro Sidônio Palmeira, que substituiu o santa-mariense Paulo Pimenta (PT) sob o pretexto de melhorar a comunicação. Mas com desgaste acumulado e tanta trabalhada, não há marqueteiro que consiga melhorar a imagem do governo.