
Foto: Beto Albert (Diário)
Do 4º para o 7º andar e da cadeira de vice para a de prefeito. Essas são algumas das mudanças na rotina do novo chefe do Executivo de Santa Maria, Rodrigo Decimo (PSDB), desde 1º de janeiro de 2025. E, claro, mais responsabilidade e uma agenda cheia e com horários ajustados para cumpri-la no dia a dia. No final da manhã de quinta-feira (30), ele recebeu a coluna para falar deste um mês de governo.
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Com um notebook e poucos papéis sobre a mesa e uma serenidade, que lhe já é peculiar, Decimo enumerou algumas ações, como o início do serviço de manutenção da iluminação pública e a substituição das lâmpadas atuais por de LED sob responsabilidade do Consórcio IP Santa Maria.
E a inauguração pelo governo do Estado da unidade de Hemodinâmica do Hospital Regional. Também destacou a conclusão da iluminação da Perimetral Dom Ivo Lorscheiter e a liberação de ponte reconstruída no distrito de Arroio Grande. Neste primeiro mês, o prefeito destacou ainda o planejamento estratégico que está sendo elaborado para os quatro anos de gestão e que, segundo ele, renderão “bons frutos”, o que irá se refletir em serviços à população. Inclusive, para o cumprimento de promessas de campanha, entre elas a implantação do terceiro turno em Unidades Básicas de Saúde e a ampliação do ensino integral.
Decimo também abordou a reforma da Previdência, o início do trabalho da Secretaria de Segurança e Ordem Pública diante da criminalidade em Santa Maria e as constantes faltas de água na cidade, alvo de muitas reclamações da população. E falou, ainda, do plano de pavimentação das ruas, da situação do transporte público e do pedido de reajuste da tarifa, que está em análise. Confira os principais trechos da entrevista:
Planejamento
“Claro, que, neste mês de janeiro, muitas entregas foram plantadas ainda nos meses passados, no ano passado, principalmente. Mas algumas coisas importantes que a gente fez aqui: é a forma com que nós estamos pensando essa gestão, através do mapa estratégico, das ações pré-definidas, enfim, fazer um planejamento bem consistente para os próximos quatro anos. A gente criou um grupo de trabalho – constituído pelas secretarias de Comunicação, Planejamento, Fazenda, Governança, Gestão de Pessoas e a Procuradoria-Geral Município –, além da presença da Lúcia (Madruga), vice-prefeita, que dá o suporte para as demais secretarias. Isso está dando resultados, e a gente vai colher bons frutos logo ali na frente. E tem pautas bem delicadas e muito sérias, como a da Previdência”.
Previdência
“A Previdência é a top1. Já conversamos com o sindicato dos servidores (Municipários) e com o próprio Ipassp (Instituto de Previdência). Na semana que vem, vamos ter a primeira reunião com o Sindicato dos Professores (Sinprosm). E também estamos buscando um apoio externo do Igan (Instituto Gamma de Assessoria a Órgãos Públicos) para revisar e complementar esse material. Porque não é simplesmente fazer a reforma da Previdência. Junto, tem também a reforma administrativa, um estudo do regime jurídico, então, é algo complexo. O nosso esforço grande vai ser para que (o projeto) vá no primeiro semestre para a Câmara de Vereadores”.
Contribuição
“Provavelmente, isso o estudo vai dizer. Mas é muito possível que uma das medidas (aumento da contribuição) seja essa, mas a gente quer conversar muito com os servidores, que são as pessoas diretamente afetadas por qualquer tipo de mudança. O fato é que o sistema posto, hoje, não se sustenta e vai trazer prejuízos para o município e aos próprios servidores. Temos de buscar sempre o equilíbrio, buscar a sustentabilidade do sistema. Isso vale para o Ipassp, para o transporte urbano, vale para a saúde”.
Transporte
“Além da questão da tarifa (pedido de reajuste), estamos avaliando a questão do subsídio. É a partir de um estudo, vamos ter condições de apresentar uma proposta, um caminho a ser seguido. A questão do transporte público urbano pela complexidade, a gente delegou para uma secretaria extraordinária. O sistema como está posto, hoje, sei que é uma palavra muito forte, mas está falido, e qual seria a solução para isso? A gente não enxerga, salvo, logicamente colocar recursos para o sistema continuar operando”.
Terceiro turno
“Nós não teremos condições financeiras e humanas de implantar os terceiros turnos em oito unidades de saúde de imediato. Nós vamos fazer isso a longo prazo, gradativamente. Uma das missões que o secretário de Saúde recebeu foi de tentarmos ter um terceiro turno já implantado nos 100 dias. No estudo técnico por parte do secretário Guilherme Ribas, seria (a unidade) na região de Camobi porque é uma região que está mais longe das unidades de urgência e emergência”.
Consultas
“O teleagendamento é muito mais amplo, é uma integração efetiva da saúde. A ideia é de uma central, um call center para o acolhimento e o atendimento das pessoas que procuram a saúde municipal, mas que, através desse contato, ela tenha uma resposta efetiva, uma marcação de consulta, uma marcação de exame, enfim... É algo que também está sendo tratado pela secretaria como algo prioritário porque essa medida surte um efeito tão logo implementada (a medida). Não temos, ainda, a condição de cravar um prazo”.
Ensino integral
“Neste ano de 2025, manteremos as escolas, que são duas, de tempo integral. Ainda não conseguiremos implantar mais escolas de tempo integral. Nós vamos precisar, necessariamente, de espaços para atender, para acolher essas crianças, que são mais de 20 mil que vão ficar (em turno integral) – hoje, ficam um turno. Esses espaços não são, necessariamente, dentro da escola. Para que o sistema de tempo integral tenha efetividade, a gente precisa de alguns equipamentos. Um deles, por exemplo, que foi muito debatido durante a campanha – que é prioridade – e já está avançando em bom termo é o complexo do Guarani-Atlântico”.
Pavimentação
“Esse plano de pavimentação foi delegado para a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade para fazer um estudo. O secretário e os técnicos da secretaria vão identificar as ruas que precisam ser melhoradas ou ruas que precisam ser feitas, pavimentadas, que deem fluidez no trânsito da cidade. Isso vai implicar, logicamente, por algumas escolhas. Precisamos fazer essas conexões, a exemplo do que foi feito no Bairro Uglione com o Bairro Medianeira. A ideia é que nós tenhamos uma visão panorâmica da cidade e, a partir daí, tenhamos estabelecido essas conexões fluidas. A gente não vai conseguir pavimentar toda a cidade”.
Segurança
“O delegado Getúlio (de Vargas), titular da pasta, dentro desse planejamento de gestão, está preparando algumas medidas que julga necessárias para a gente poder ir avançando. A Secretaria Municipal de Segurança vai ter um grande papel de ser o articulador. É uma pasta nova que está se estruturando, inclusive fisicamente, e precisamos de um prazo."
Falta de água
“Nós estamos constantemente conversando. Fizemos cobranças institucionais porque a fiscalização continua atuando e tem uma mão firme. Existem fiscalização, cobranças, multas, isso está sendo feito com muita diligência. Não falta esse comprometimento. E a gente não quer multar, quer um serviço entregue com qualidade. Pedimos que intensificassem melhorias no atendimento. E estamos cobrando deles que nos apresente um cronograma de obras previstas para este ano, em especial, mas, se possível, de longo prazo, de obras que possam atender, principalmente, o abastecimento de água."
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