O plano do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é fazer uma grande bancada de senadores, além de deputados federais, nas eleições 2026 para ter mais respaldo em pautas conservadoras. No caso do Senado, ele quer garantir um bloco amplo da direita para tentar frear as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), já que é o Parlamento com competência, por exemplo, para julgar ministros do STF.
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E Bolsonaro planeja ampliar essa base do PL com o próprio clã familiar. O capitão pretende lançar Eduardo Bolsonaro, hoje licenciado e morando nos Estados Unidos, ao Senado por São Paulo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, pelo Distrito Federal, Carlos Bolsonaro, hoje vereador no Rio de Janeiro, por Santa Catarina, e Flávio Bolsonaro à reeleição pelo Rio de Janeiro. Atualmente, o filho mais novo do ex-presidente, Jair Renan (PL), é vereador em Balneário Camboriú (SC).
Só que o fato de o ex-presidente querer lançar Carlos Bolsonaro não caiu bem em Santa Catarina. A deputada federal Julia Zanatta (PL) já se preparava para se concorrer ao Senado, mas teria recebido um telefonema de Bolsonaro informando que Carlos, conhecido como o filho 02, seria o nome para disputa. Portais de notícia do Estado vizinho noticiam que a parlamentar conversa com o Progressistas e o União Brasil e deverá deixar o PL.
Mas a reação mais contundente partiu da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), que divulgou uma nota no fim de semana. Mesmo sem citar Carlos Bolsonaro, a entidade afirmou que não é preciso “importar políticos”.
“Santa Catarina tem lideranças políticas preparadas e legítimas para representá-la no Congresso Nacional. A indústria catarinense defende que a voz do Estado em Brasília deve ser constituída com base no mérito, no diálogo com a sociedade e na profunda conexão com os catarinenses – e não por imposições externas”, pontua um trecho da nota. O recado tão direto parece ter endereço certo.
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