Foto Beto Albert, 6/11/2024
Durante discussão sobre a demora para construir a ponte sobre o Arroio Grande e a tentativa de antecipar as obras de duplicação da RSC-287 entre Santa Maria e Novo Cabrais, o vereador Sidi Cardoso (PT) levantou a possibilidade de buscar verbas do Fundo da Reconstrução do Estado para viabilizar melhorias na rodovia. Ele lembrou que o fundo é bilionário e que o governo gaúcho anunciou mais de R$ 1 bilhão para recuperar várias rodovias estaduais administradas pelo Daer e que foram duramente afetadas pelas enchentes.
– A RSC-287 também foi destruída pela enchente, então, nada mais justo do que usar dinheiro do Fundo da Reconstrução para a recuperação. O Estado anunciou o investimento de milhões de reais nas estradas estaduais, mas não deu verbas para a RSC-287 porque está na concessão. Mas no Aeroporto Salgado Filho, que também tem concessão, o governo repassou verbas (R$ 426 milhões) para a Fraport – disse.
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Sidi já falou na sexta com Maneco Hassen, secretário nacional da Reconstrução, para tentar viabilizar essa ideia. Também vai procurar o secretário estadual da Reconstrução do Estado, Pedro Capeluppi, para verificar se essa possibilidade é viável. A intenção é que, com os governos federal e estadual destinando milhões de reais para a reconstrução da RSC-287, que seja viabilizada uma proposta de antecipar a duplicação do trecho de Santa Maria a Novo Cabrais – pelo contrato, esses 75 km só terão de ser duplicados entre 2040 e 2042. Também há uma cláusula obrigando a Rota a começar a obra antes se for atingida a marca de 18 mil eixos por dia na região. Hoje, está em 12,3 mil diários no pedágio de Santa Maria, 29% mais do que o apontado nos estudos para a concessão, feitos em 2018.
Tomara que haja um entendimento político e técnico de apoiar a reconstrução da RSC-287 e que seja possível usar parte dessa verba para antecipar a duplicação – se não for possível duplicar nos próximos anos de Santa Maria até Novo Cabrais, que seja ao menos entre Santa Maria e a Quarta Colônia, pois são somente 19 km.
Além da justificativa da reconstrução da rodovia, a exemplo do que vai ser feito pelo Daer agora em outras estradas da Quarta Colônia, que vão receber R$ 300 milhões, outro argumento é que a praça de pedágio de Santa Maria é bem mais movimentada do que a de Taquari. Enquanto o pedágio daqui tem de 257 mil veículos por mês, o de Taquari registra 200 mil veículos e fica na região que será duplicada antes.
O governo do Estado é resistente a qualquer mudança no contrato com a Rota. Apesar de a concessionária afirmar que tem interesse em antecipar essa duplicação aqui perto de Santa Maria, até porque aumentaria o pedágio por conta disso, o governo gaúcho é resistente a qualquer mudança contratual. A alegação do Estado é que por volta de 1933, deve ser atingida essa meta de 18 mil eixos, o que obrigaria a Rota a já iniciar a duplicação, mas daí sem direito a aumentar o pedágio para compensar essa antecipação.
É um tema complexo, mas agora há uma luz no fim do túnel para tentar viabilizar essa duplicação logo. Primeiro, tem de ser pedido estudo de quanto seria o custo financeiro dessa antecipação. O deputado Valdeci Oliveira (PT) disse que pedirá isso. Tomara que consigam convencer o Estado a autorizar a Rota a antecipar a duplicação e que esse custo não seja repassado para a tarifa paga pelo usuário. Não será fácil, mas é preciso união para lutar por isso.
