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Travessia: 10 anos após iniciar, qual a nova previsão de conclusão da obra

Travessia: 10 anos após iniciar, qual a nova previsão de conclusão da obra

Foto: Dnit (Divulgação)

Iniciada em 16 de dezembro de 2014 e prometida para ser entregue no final de 2017, ao custo de R$ 309 milhões, a duplicação dos 14,7 km da Travessia Urbana de Santa Maria completa nesta segunda-feira (16) 10 anos — ou 7 anos a mais do que o previsto inicialmente. Apesar de ainda não estar 100% concluída e de haver muitas queixas devido ao longo atraso, nesta década de obras, houve também muitos avanços. 

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Mais de 14 km já foram duplicados e estão sendo usados pelos motoristas há alguns anos. Também já foram concluídos e estão em uso 13 viadutos, três pontes e duas passarelas, com um investimento que já totaliza R$ 450 milhões. Porém, ainda falta gastar R$ 10 milhões para serem finalizadas duas passagens inferiores (túneis curtos abaixo da rodovia), na Urlândia e na Vasco da Cunha e, no Trevo da Uglione, um pequeno viaduto metálica e as trincheiras (pistas escavadas abaixo do nível do solo que farão o trânsito no sentido Itaara-São Sepé e vice-versa).

Dos 800 metros das trincheiras, metade está com muros de concreto prontos. Falta o resto e asfaltar.Foto: Deni Zolin


Adiamentos

Em 10 anos, foram inúmeras prorrogações de prazos e vários momentos com obras praticamente paradas. A última previsão era concluir tudo até o fim deste ano, mas o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) prometeu uma nova data para entregar a obra 100% pronta: final do primeiro semestre de 2025. Moradores do entorno e motoristas têm dificuldade em acreditar nos prazos, mas ao menos agora há mais homens e máquinas nas obras no Trevo da Uglione do que há um ano, quando a obra ficou praticamente parada. 

Já na Urlândia e na Vasco da Cunha, os trabalhos seguem andando, mas de forma lenta. É sobre esse túnel da Urlândia que está um dos principais gargalos do trânsito atualmente, pois das quatro pistas previstas, só há duas prontas. Os veículos, que vêm em pistas duplicadas, chegam no local e enfrentam longas filas porque o tráfego afunila em uma pista em cada sentido. Isso é agravado porque, embaixo da passarela, há quebra-molas.

Maior gargalo

Mas a principal tranqueira é no Trevo da Uglione, onde os congestionamentos fazem os motoristas perderem tempo e paciência. O problema só será resolvido quando as trincheiras, pistas escavadas abaixo do nível do solo, ficarem prontas, provavelmente na metade de 2025. Quando isso ocorrer, as carretas e demais veículos poderão passar por essas pistas escavadas, que terão fluxo livre para passar por baixo do trevo, sem precisar mais parar na rotatória da Uglione. 

O superintendente do Dnit no Estado, Hiratan Pinheiro, lembra que vários trechos da duplicação já estão prontos e resolveram problemas de tráfego para quem passa por Santa Maria.

 — A obra da travessia urbana de Santa Maria é fundamental para economia do Estado, é considerada um grande corredor que liga regiões de produção e o porto de Rio Grande. A obra moderniza e garante mais fluidez e segurança no trânsito da região. Mesmo sem a conclusão plena das obras, os projetos executados até o momento eliminaram diversos pontos críticos no trânsito, como, por exemplo, os cruzamentos do Castelinho, Cerrito, Duque de Caxias, bairro Uglione, Patronato, Santa Marta, Tancredo Neves, Distrito Industrial e saída para Rosário do Sul. O próximo passo é finalizar a duplicação da passagem inferior do bairro Urlândia, acabando com o último gargalo existente no trânsito local. São soluções complexas de engenharia que vão transformar a infraestrutura viária das rodovias federais que passam por Santa Maria. O fim do conflito entre o fluxo urbano e o da rodovia é nosso objetivo — diz. 

Para justificar esse novo atraso, o Dnit ressalta que, em 2024, a cidade de Santa Maria entrou em estado de calamidade pública devido ao volume histórico de chuva registrado nos meses de abril e maio. Com isso, a previsão de finalização das obras precisou ser atualizada e adiada para a metade de 2025.

Mesmo com avanços, há queixas pela demora e congestionamentos

Quem mora ao lado do túnel da Urlândia convive com transtornos há quatro anos.Foto: Deni Zolin

Escuridão à noite por conta do furto de fios e pela decisão do Dnit de só religar a iluminação na Travessia no final da obra, longos congestionamentos em trechos como o Trevo da Uglione e o acesso à Urlândia e transtornos por conta das obras que não acabam nunca. Essas são as principais queixas de motoristas e moradores que convivem há 10 anos com as obras da duplicação da Travessia Urbana, que vai do Trevo do Castelinho até as pontes do Arroio Taquara, após a Ulbra. A demora ocorreu pelo envio de verbas abaixo do necessário, ao longo dessa década, e por problemas financeiros das construtoras. Em mais de uma oportunidade, as obras quase pararam. 

Ao lado do túnel da Urlândia, iniciado em 2020 e ainda inacabado, os moradores reclamam dos transtornos. 

– Essa nossa obra está horrível. Cada dia demora mais. Está muito demorada mesmo. Moramos aqui há mais de 50 anos e somos prejudicados. Aqui na frente de casa está horrível, não tem como chegar, e tem a função do barulho desde as 7h. Isso, a gente sabe que tem de ter, mas é uma obra que deveria estar pronta há anos. Quem vai daqui para a Urlândia, não tem como, só fazendo o retorno lá em cima. E o congestionamento na faixa, todo mundo sabe que é grande – diz Vera Alice Frasson, técnica em Enfermagem, 59 anos. Na casa ao lado, queixa igual: – Por causa da obra, encheu de areia no pátio e nos canos de esgoto, que entupiram. Dá muito transtorno, não dá para abrir a casa por causa do barulho e do pó, que é demais. Minha mãe está doente e sofre com o barulho – diz Clélia Pimentel, 65 anos, dona de casa.


O que diz o Dnit

O que está Previsto na obra

Na travessia urbana de Santa Maria já foram executados 98% do conjunto de serviços que abrangem: 14,7 quilômetros de duplicação de pistas; 10,7 quilômetros de ruas laterais; 18,5 quilômetros de ramos e acessos (entorno dos viadutos e rótulas); 16 viadutos; três pontes; três passarelas (bairros Parque Pinheiro, São João e Floresta)

Passarela

No Lote 2: a passarela do bairro São João, que teve a última etapa de concretagem nos últimos dias, teve o içamento das vigas pré-moldadas no último sábado. Após essa etapa, será implantada a estrutura metálica e realizados os acabamentos para liberação, que deve ocorrer antes do início do ano letivo

Passagens inferiores

Também está em fase final de construção do aterro armado e rampas de acesso da passagem inferior do bairro Urlândia. Na sequência, será executada a pavimentação final do segmento, implantação de barreiras (NJ) para divisão de fluxo e sinalização. A liberação do trânsito nas quatro faixas deve ocorrer ainda no primeiro trimestre.

No primeiro semestre de 2025, serão executados serviços nas partes inferiores das interseções (passagens inferiores) da Vasco da Cunha e Urlândia.

Trevo da Uglione 

A interseção da Uglione é a solução de engenharia mais complexa da obra, por ser em três níveis e pelo volume de veículos que passam diariamente pelo local. A parte superior está praticamente concluída, restando em nível de solo e na parte inferior o viaduto auxiliar da rotatória e a trincheira. A trincheira já está totalmente escavada e, atualmente, passa por serviços de construção da base da pista e implantação das contenções previstas. No viaduto auxiliar da rotatória, já foi executada no local uma primeira etapa de montagem da estrutura metálica do viaduto – a próxima fase que deve ocorrer em janeiro é a montagem da parte estrutural de concreto com lajes pré-moldadas que estão em construção e aguardam período de cura para sua implantação. As obras da interseção entre as BR-392 e 158 (viaduto do bairro Uglione) devem ir até o final do 1º semestre de 2025.

Última camada de asfalto 

A parte de pavimentação que ainda falta concluir será retomada a partir de janeiro com serviços entre o Castelinho, Cerrito, Urlândia e segmentos entre a BR-158 e o viaduto da Santa Marta. Os serviços de construção de passeio público estão sendo executados entre o viaduto de saída para Rosário do Sul e o acesso ao bairro Santa Marta.

Iluminação

Sobre a iluminação, todos os pontos de iluminação serão religados na última fase do projeto. Isso ocorre devido aos furtos de cabos que danificaram a rede, sendo necessária a revisão total da iluminação.

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Deni Zolin

deni.zolin@diariosm.com.br

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