
Foto: Beto Albert (Arquivo/Diário)
Reportagem que eu fiz no Diário em 2003 revela que, na época, a média era de 2,20 passageiros transportados a cada quilômetro rodado pelos ônibus, o chamado IPK. Nos anos 1990, esse índice chegou a ser de 3,14. Na planilha de cálculo apresentada nesta terça-feira (10) pela prefeitura, o IPK caiu para 1,57 passageiro a cada quilômetro rodado.
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O levantamento atual aponta ainda uma média de gasto de R$ 12,14 para um ônibus rodar um quilômetro em Santa Maria agora em 2025. E é dividindo esse valor por 1,57 que se chega ao custo para transportar um passageiro, de R$ 7,65, que é a chamada tarifa técnica.
A título de comparação, se atualmente a média de passageiros ainda fosse de 2,20 usuários por quilômetro rodado, a tarifa técnica custaria R$ 5,51. Se tivéssemos hoje a média de 3,14 de IPK, a passagem poderia estar custando R$ 3,86 – sem a prefeitura tirar um centavo do bolso.
A questão é que não adianta chorar o leite derramado. A prefeitura, com auxílio do Conselho Municipal de Transportes, vai ter de tomar uma decisão de manter a passagem em R$ 5 ou aumentar o preço ao usuário, o que é bem provável. Ainda é difícil saber de quanto será o reajuste, mas é bem provável que ele ocorrerá.
E quanto às demais medidas necessárias, infelizmente, ao conhecer a realidade do país e de Santa Maria, no máximo dá para sonhar com a licitação do transporte coletivo, que se arrasta há anos, mas que terá de sair do papel em algum momento. Ela pode ajudar, mas não fará mágica de baixar muito a tarifa nem de garantir uma grande melhoria na qualidade do serviço. A prefeitura, dificilmente vai colocar abrigos decentes em todas as paradas ou fazer corredores exclusivos de ônibus nas principais avenidas para dar mais rapidez ao transporte coletivo.
O Estado não vai cortar ICMS do que impacta no setor, assim como o governo federal não vai bancar gratuidades nem isentar os ônibus de impostos. Mesmo que todos saibam que, no final das contas, todos saem prejudicados ao termos um transporte público ineficiente.
Há 20 anos, a Faixa Nova e várias ruas e avenidas não tinham os longos congestionamentos da atualidade nem tantos acidentes e mortes. Imagina como será andar por Santa Maria daqui a 20 anos se nada for feito para incentivar o transporte coletivo, até porque não há como duplicar as ruas e avenidas no Centro e nos bairros. A conta vai sair salgada para todos, inclusive para quem não andar de ônibus.
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