Subsídio é a corda de salvação para evitar reajuste da tarifa de ônibus, mas ela está bem curta

Subsídio é a corda de salvação para evitar reajuste  da tarifa de ônibus, mas ela está bem curta

Foto: Beto Albert (Arquivo/Diário)

São Paulo pagou R$ 6,3 bilhões em subsídio para manter mais baixas as passagens de metrôs e de ônibus em 2024. Outras capitais e também cidades de médio porte pagaram valores milionários para subsidiar a tarifa, a exemplo de Santa Maria. Porém, para bancar essa passagem mais barata, é preciso ter o dinheiro disponível nos cofres – além de ter consciência de que essa verba deixa de ser usada em outras áreas.


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O problema de Santa Maria, neste ano, é que o município não deverá conseguir R$ 26 milhões para bancar a passagem de ônibus nos mesmos R$ 5 atuais. Esse é o valor que a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) projeta que seria necessário para bancar o subsídio, já que em 2024, o total chegou a R$ 20 milhões.

 
É por isso que o procurador-geral do município, Guilherme Cortez, admitiu ontem, à coluna, que será difícil manter a tarifa sem reajuste, nos mesmos R$ 5. A tentativa será do menor aumento possível.

 
Acompanho essas discussões do Conselho Municipal de Transportes desde 2002, e desde lá, já vi as mesmas discussões sendo feitas, ano após ano. Desde a pandemia da Covid-19, em 2020, quando chegou a cair 70% o total de passageiros transportados, mas os ônibus precisavam seguir rodando mesmo com grande prejuízo, passamos a ter em Santa Maria essa novidade do subsídio – ou seja, a prefeitura bancando o custo mínimo para evitar prejuízo e quebra das empresas, até porque a responsabilidade final pelo transporte coletivo é do município.

 
Primeiro, é preciso licitar o transporte, mesmo que isso não represente a solução dos problemas. Em segundo lugar, na realidade, se o subsídio tivesse começado a ser pago 20 anos atrás, possivelmente o número de usuários de ônibus teria caído menos ao longo do tempo, o que faria com que a tarifa técnica não fosse tão cara atualmente.

 
Outra solução estruturante seria o governo federal bancar as gratuidades do transporte público há muito tempo, além de também zerar impostos sobre óleo diesel, ônibus e peças do transporte coletivo. No município, além de licitar o serviço, seria fundamental uma reestruturação no sistema, com linhas troncais, em um serviço mais eficiente, que poderia transportar o mesmo número de passageiros com menor custo e maior rapidez. 


A prefeitura também deveria garantir corredores exclusivos de ônibus e abrigos decentes em 100% das paradas. São vários problemas que foram se somando e que, com o advento do corte de IPI para carros no segundo governo Lula e dos aplicativos de transporte individual nos últimos anos, aliados à pandemia, fizeram cair drasticamente o número de passageiros transportados nos ônibus.


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Deni Zolin

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