
Foto: 3º Batalhão de Engenharia de Combate (Divulgação)
A Secretaria da Reconstrução Gaúcha ainda não esclareceu como ficará o pagamento das obras de reconstrução da RSC-287, o que inclui a nova ponte sobre o Arroio Grande, a nova estrutura do Arroio Barriga e os trechos que precisarão ser duplicados e refeitos em Mariante, no interior de Venâncio Aires, e Candelária. Mesmo diante da grave destruição provocada pela enchente na rodovia concedida à Rota de Santa Maria, não há garantia de que o Estado usará dinheiro do Fundo da Reconstrução do Estado (Funrigs), com verbas que o governo federal abriu mão de receber pelos próximos anos, para bancar essas obras na RSC-287.
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Sobre a nova ponte de Arroio Grande, a Rota de Santa Maria informou que, para iniciar a obra, depende também de “tratativas contratuais necessárias junto ao governo do Estado e Agência Reguladora”. Ou seja, ela tem direito de pedir uma compensação por obras da ponte mais extensa (de 44 metros da antiga, vai passar para 70 metros da nova) e mais alta, além de um desvio de 850 metros, o que não estava previsto no contrato da concessão. Essa diferença dos gastos extras deveria ser bancada pelo Estado, mas não se tem ainda essa certeza.
Por nota, o governo se restringe a dizer: “A Secretaria da Reconstrução Gaúcha informa que as obras de resiliência da rodovia, ou seja, as que necessitam ser adaptadas para atender os novos padrões hidrológicos, serão levadas para análise do Comitê Gestor do Funrigs.”
É importante que prefeitos, vereadores e lideranças empresariais da região fiquem atentos a isso e cobrem a inclusão dessas obras no Funrigs. Caso contrário, haverá o risco de o Estado não usar a verba do fundo e ainda repassar à tarifa do pedágio esse custo das obras de reconstrução. Isso seria algo absurdo. Até porque, no início deste ano, o Daer fez contratos de R$ 1,2 bilhão do Funrigs para recuperar 11 rodovias e várias pontes afetadas pelas enchentes de maio passado. Inclusive, serão feitas obras em vários trechos que praticamente nem foram afetados pela enxurrada. E fica a dúvida: por que o Daer pode usar essa verba do Funrigs para as rodovias estaduais, mas não poderia ser usado recurso do mesmo fundo para recuperar a RSC-287, que foi duramente danificada pela enchente e que tem uma importância logística bem maior que algumas estradas que serão consertadas pelo Daer?
Esses questionamentos e essas cobranças precisam ser feitos por políticos e lideranças da região à Secretaria da Reconstrução Gaúcha e ao governador Eduardo Leite. Se não ficarem como zagueiros fazendo marcação cerrada, há risco de a RSC-287 não receber as verbas do Funrigs e o governo gaúcho querer repassar essa conta ao usuário, aumentando o valor do pedágio para compensar essas obras.
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