
Foto MP Divulgação
Operação do Ministério Público foi realizada em 23 de janeiro na sede da Santamate e em outras duas cidades do Estado.
Depois de deflagrar, no dia 23 de janeiro deste ano, a Operação Triplo Malte em três cidades gaúchas contra indústria de bebidas que teria sonegado R$ 200 milhões dos cofres públicos, o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado do Rio Grande do Sul (CIRA/RS) conseguiu obter o bloqueio judicial de R$ 7,4 milhões do grupo empresarial responsável - que atua também em outros ramos de negócios. São R$ 6,3 milhões na esfera criminal e mais cerca de R$ 1,1 milhão na esfera cível. O nome da empresa não foi divulgado pelo MP, mas trata-se da Santamate, que tem fábrica de bebidas às margens da BR-392, em Santa Maria, na saída para São Sepé.
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Na época da operação, o advogado da empresa negou qualquer irregularidade e informou que a Santamate opera dentro da legalidade. Ele informou que a fábrica, com 70 funcionários, seguiu operando normalmente. Ela fabrica a cerveja e o chope da marca Província.
A operação, em Porto Alegre, Torres e Santa Maria, foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (GAECO/MPRS), Procuradoria-Geral do Estado (PGE/RS) e Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz/RS), por meio da Receita Estadual, que são as instituições que integram o CIRA/RS. Na ocasião, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em empresas e residências. A dívida tributária dos investigados pelo Comitê é uma das cinco maiores do Estado.
Em relação aos bloqueios, eles foram decretados pelo Poder Judiciário, após apreciar medida assecuratória de sequestro ajuizada pelo MPRS, no âmbito criminal, e medida cautelar fiscal ajuizada pela PGE/RS. A investigação ocorreu por meio de procedimento instaurado pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre - Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária, após o encaminhamento pela Receita Estadual de relatório apontando a existência de diversas empresas com indícios de atuação coordenada e de confusão patrimonial. Foi constatado que os prejuízos foram decorrentes de ilícitos fiscais por meio de sonegação de ICMS e não recolhimento doloso e contumaz do imposto estadual declarado.
CIRA/RS
O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado do Rio Grande do Sul (CIRA/RS) é composto pelo MPRS, por meio do GAECO, SEFAZ/RS, por meio da Receita Estadual, e PGE/RS, e foi instituído pelo Decreto 54.191/2018. O objetivo é proporcionar a realização de ações conjuntas entre as instituições e garantir efetividade à recuperação de ativos de titularidade do Estado. Para fazer denúncias envolvendo sonegação de tributos estaduais, ocultação patrimonial e financeira de empresas devedoras, acesse o portal na página da Receita Estadual. (Com informações do Ministério Público do Estado)