Foto Batalhão Rodoviário da BM
Até que demorou para os moradores do Distrito de Palma protestarem contra o reajuste do pedágio e também a falta de isenção da tarifa para quem mora perto da praça de cobrança. Desde antes de a concessão da RSC-287 para instalar os pedágios ter sido feita, lá em 2020, já havia esse tipo de queixa. Na época das audiências públicas para definir as regras da concessão, esse pedido dos moradores para não pagar pedágio foi ignorado pelo Estado.
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A inclusão da Faixa Nova de Camobi na concessão, para também garantir a duplicação desse trecho, foi outro pedido negado pelo governo. Santa Maria e região sofreram outro golpe quando o governo estadual divulgou o plano de duplicação, que previa duplicar o trecho de Tabaí a Novo Cabrais até 2030, mas deixou para duplicar de Santa Maria a Novo Cabrais só em 2040 a 2042.
Se não fosse possível duplicar todo esse trecho logo, que tivesse incluído no começo ao menos a duplicação de Santa Maria até a Quarta Colônia. A região reclamou, chiou, xingou, mas acabou aceitando tudo isso.
A única mudança feita pelo Estado foi a partir de uma cobrança feita pelo Diário. A partir das queixas da comunidade, o jornal questionou se seria justo que os 74 km de Santa Maria a Novo Cabrais ficassem por mais 20 anos sem duplicação – e o pior, sem nenhuma terceira faixa.
A partir dessa cobrança, o então secretário de Parcerias, Bruno Vanuzzi, pediu os dados de acidentes ao Batalhão Rodoviário e solicitou ao Daer um estudo dos locais onde deveriam ser feitas terceiras faixas. Com base nisso, incluiu no edital de concessão a previsão de construir oito terceiras faixas na RSC-287 de Santa Maria a Paraíso. As duas primeiras já foram feitas pela Rota, na saída de Santa Maria. Até agosto passado, havia previsão de outras duas em Restinga Sêca e Paraíso do Sul, mas as obras atrasaram por conta da enchente. Há previsão de mais quatro terceiras faixas, sendo duas que serão feitas no ano 4 (até agosto de 2025) e duas no ano 5 (agosto de 2026).
Novo “golpe”
O golpe mais recente foi incluir R$ 0,40 na tarifa só para compensar obras mal feitas pela EGR. O Estado deveria ter cobrado esse valor da estatal EGR, e não repassar aos usuários essa conta para compensar a Rota em R$ 43,8 milhões. Foi a gota d’água para tirar a paciência dos motoristas e moradores.
Deveria ser feito um projeto de lei prevendo um fundo para a concessão, para custear a isenção ou redução de tarifa a moradores e usuários frequentes e também para esses casos extraordinários. Dessa forma, seria evitado aumento elevado da tarifa. Seria o mais justo, pois pelos próximos 30 anos, o Estado não vai gastar um centavo para manter os 204 km da RSC-287. Por que não destinar a esse fundo 20% ou 30% do que o Estado gastaria? Mesmo assim, economizaria um bom valor.
Para completar, há longas filas para passar na ponte móvel do Exército no Arroio Grande, perto de Palma.
Saída “menos pior”
A propósito: como colunista, acredito que a concessão da RSC-287 tem algumas falhas, mas ainda é a melhor saída a longo prazo. Afinal, quando o Estado conseguiria duplicar os 204 km da RSC-287, se levou 20 anos para duplicar os 9 km da Faixa Velha de Camobi? Pagar pedágio não é o ideal, mas a única forma viável de ver a rodovia duplicada no futuro. Mas para isso, a Rota terá de cumprir os prazos e duplicar de Tabaí a Novo Cabrais até 2030, e depois, de Santa Maria a Novo Cabrais, até 2042 – pode até iniciar antes, mas só se o tráfego atingir 18 mil eixos por dia. Hoje, está em 12,5 mil.
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Na segunda-feira (14), o secretário estadual da Reconstrução, Pedro Capeluppi, não quis falar do protesto.