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Nos EUA e Europa, alguns produtos com longo prazo de validade adotam o Best Before (Melhor consumir até). Mas ideia não deve ser adotada no Brasil.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, reafirmou nesta quinta (23) que o governo Lula descartou a proposta de mudar a data de validade dos alimentos nas prateleiras dos supermercados para ajudar a baixar preços da comida.
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A proposta tinha sido apresentada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que defendia a adoção da inscrição chamada Best Before (Melhor consumir até), que é adotada nos EUA, Europa e Japão. Nela, a embalagem de produtos como farinhas, bolachas e enlatados traz uma data em que seria melhor consumir o produto, mas não significa que ele esteja vencido ou estragado após essa data. Com isso, permite a venda e consumo, reduzindo desperdício e o custo. Porém, a proposta recebeu duras críticas nas redes sociais, até porque abriria margem para risco de se consumir produtos já deteriorados ou estragados. A medida não valeria para carnes e outros produtos perecíveis.
Vale-refeição só pela Caixa
Porém, o governo recebeu bem a proposta de que a Caixa Federal passe a administrar o vale-refeição e o vale-alimentação, sem cobrar por isso. Dessa forma, haveria a possibilidade de os supermercados baixarem preços, segundo a Abras. Essa e outras ideias serão avaliadas.
Na quarta à noite, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, informou que dentre as propostas de medidas para contribuir com a redução do preço dos alimentos não há a possibilidade de se utilizar produtos com validade vencida em supermercados. Em entrevista à TV CNN Brasil, o ministro esclareceu que não haverá intervenção governamental para forçar de modo artificial a queda dos preços.
- O presidente Lula se reuniu com as entidades atacadistas de supermercado no final do ano passado e elas apresentaram um conjunto de sugestões, foram várias. A venda de produtos com validade vencida não é a cultura, nem a prática do Brasil. Para alimentos, para uso pessoal, eu acho que não faz parte da nossa cultura isso e não está no nosso cenário adotar essa medida - disse Costa.
O ministro explicou que o objetivo dos encontros a serem conduzidos nas próximas semanas é direcionar estímulos e soluções que foquem no aumento da produção de alimentos que tiveram maior variação de preços recentemente.
- O governo tem vários programas já existentes de estímulo à produção alimentos agrícolas do país organizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário. Os dois ministérios devem apresentar sugestões para que tipo de medidas podem ser adotadas para estimular uma maior produção - disse, acrescentando que as sugestões serão discutidas entre os ministros e envolverão representantes dos setores envolvidos.
De acordo com ele, é necessário aguardar as reuniões e o avanço das discussões, porque a depender do tipo de alimento, o tempo de resposta dos eventuais estímulos é diferente.
- A partir de agora, nós vamos, da forma mais rápida possível, independentemente de ter o conjunto das medidas, as primeiras medidas que forem consenso já podem ser implementadas - sinalizou.
Ainda segundo o ministro, o governo não trabalha com a hipótese de lançar um pacote único com diversas medidas.
- Nós vamos discutir as propostas que foram apresentadas pelos associações que representam o setor de produção de alimentos e o que mais for acrescentado pelos ministérios e havendo concordância e viabilidade técnica e jurídica, o governo irá apresentar e implementar - pontuou. (Com informações da Agência Brasil)