Cadê o plano B? Corsan precisa ter adutoras de reserva para reduzir faltas de água prolongadas

Cadê o plano B? Corsan precisa ter adutoras de reserva para reduzir faltas de água prolongadas

Foto Gilberto Ferreira, BD, 15/01/2025

No rompimento na Rua Sete, em janeiro, muitos bairros ficaram mais de dois dias sem água. Se houvesse outra adutora reserva, em outra rua, abastecimento seria restabelecido rapidamente.

É importante que vereadores, prefeitura e Ministério Público cobrem a Corsan Aegea sobre melhorias na qualidade do serviço de abastecimento de água em Santa Maria, afinal, a empresa ganha muitos milhões de reais por mês na cidade. Por mais que a Corsan alegue que estava fazendo obras e instalando equipamentos para reduzir o risco de rompimentos da tubulação, é praticamente impossível garantir que nunca vá acontecer novamente. Em qualquer grande rede, seja de água, luz, telefonia ou internet, imprevistos vão acontecer.


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A questão é, primeiro, tentar reduzir a frequência da interrupção do serviço e, em segundo lugar, reduzir o tempo que os clientes ficam desassistidos. Para resolver essa segunda opção, uma alternativa seria prever a construção de redes redundantes nos trechos mais críticos e que abastecem mais pessoas. Na prática, seria ter uma segunda adutora de grande porte entre a estação de tratamento, no Morro das Antenas, e o Centro da cidade e as principais regiões. Se houvesse isso, quando a adutora se rompeu na Rua Sete de Setembro, agora em janeiro, ela seria fechada e, em poucas horas, a Corsan poderia ligar a adutora reserva, que passaria por outra rua – evitaria que milhares de pessoas ficassem dois dias sem água, pois reduziria muito o tempo que essas regiões ficariam sem abastecimento. Dessa forma, os moradores de diversos bairros não dependeriam apenas de uma adutora, mas haveria um plano B, caso o plano A falhasse.

 
Claro que, em se tratando de redes de água, ter grandes adutoras de reserva não é algo tão simples, pois envolve um estudo técnico para verificar onde haveria pontos com viabilidade de interligação, pois seriam necessários grandes registros e um projeto que permitisse essa interconexão de forma eficaz e segura, até para abastecer os grandes reservatórios que há em vários pontos do Centro e das regiões. Porém, não é algo impossível. A médio prazo, seria possível projetar algumas adutoras de reserva. Poderia começar nos trechos mais críticos, entre a estação de tratamento de água e o Centro ou até os maiores reservatórios das regiões mais próximas. Futuramente, tentar construir adutoras de reserva, em ruas diferentes das adutoras principais, para regiões mais distantes, como Camobi, Região Sul e Região Oeste. Dessa forma, se uma delas se romper, tem a outra para salvar a pátria.

 
Claro que é inviável ter redes de redundância em toda a cidade, mas se elas forem implantadas nos trechos mais críticos e, futuramente, nas regiões mais distantes, a cidade passará a ter um risco bem menor de sofrer com faltas de água de dois ou três dias, como ocorreu recentemente.


Campanha e programa de incentivo a instalar caixas d'água

Se a prefeitura tem um fundo de saneamento, que recebe um valor significativo da Corsan, por que não usa parte dessa verba para um programa de incentivo para os moradores comprarem e instalarem caixas de água em suas casas? Poderia ser até via Imembuí Microfinanças, que já tem convênio com a prefeitura para programa de juro zero para apoiar o empreendedorismo, emprestar dinheiro a pequenos microeemprendedores da cidade. Quem sabe, criar um programa com um nome como Financia Caixa d’Água, em que o morador poderia pegar emprestado o valor para fazer a instalação do reservatório em sua casa e poder pagar em 12 ou 24 meses. A prefeitura entraria bancando o valor dos juros ou, para pessoas de baixa renda, até pagando parte do custo.


Além disso, fazer uma campanha para incentivar os moradores da cidade a instalar esses reservatórios, já que isso faria com que as pessoas tivessem água para um ou dois dias sem abastecimento da Corsan. Na maioria dos casos, nem perceberiam que faltou água na rede da rua por conta de um rompimento.

 
Conversei com o prefeito Rodrigo Decimo, e ele comentou que essa ideia vai ser discutida com a Corsan. A promotora Giani Saad também avalia que seria uma alternativa, assim como a construção de adutoras de reserva por parte da Corsan.

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Deni Zolin

deni.zolin@diariosm.com.br

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