Foto: Beto Albert (Diário)
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que faz a coleta mensal de preços nas principais capitais brasileiras para medir a inflação, divulgou o resultado do IPCA na sexta-feira (8), revelando que o índice voltou a ficar acima da meta do próprio governo. Atingiu 4,76% em 12 meses.
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Diante do caos da hiperinflação dos anos 1980 e 1990, que destruía o poder de compra e qualquer planejamento a longo prazo de famílias e de empresas, nas últimas décadas, o país tem como objetivo ficar com inflação na faixa de 3% ao ano, sendo uma margem de 1,5 ponto para cima e 1,5 para baixo. Ou seja, o teto da inflação do Brasil é 4,5% ao ano.
Apesar de, muitas vezes, os índices oficiais serem questionados por parte da população, que tem a impressão de que a inflação é ainda maior do que a divulgada, esses percentuais são uma média de centenas de produtos e serviços pesquisados. E cada família, muitas vezes, tem uma inflação diferente por conta dos diversos hábitos de consumo.
No site do IBGE, é possível abrir as tabelas com os percentuais mais detalhados, inclusive de cada capital. Ao lado, trouxe os dados da variação dos preços dos alimentos em Porto Alegre e na média geral no Brasil. No caso capital gaúcha, a comida subiu 3,83%, até menos do que a média nacional, que ficou bem acima do teto: os preços no país aumentaram 6,65% em 12 meses.
Porém, em Porto Alegre, alguns produtos subiram bem mais do que o teto de 4,5%, como cereais e legumes (16%), açúcares (8,54%), aves e ovos (5,43%), leites e derivados (9,53%), e bebidas (5,14%).
Dos demais setores, na capital dos gaúchos, os preços médios aumentaram acima do limite da inflação nas seguintes áreas: habitação (5,49%), saúde e cuidados pessoais (5,43%) e educação (6,20%).
O mais triste é ver que, apesar de os pobres e classe média baixa serem os mais prejudicados pela inflação elevada, o governo federal fica fazendo pouco caso e não dá a atenção devida para conter a inflação. Quanto mais gasta e mais gasta mal, mais fomenta a inflação que prejudica a todos.
Acumulado desde novembro de 2023
Variação de preços dos alimentos em 12 meses
Produto | Porto Alegre | Brasil |
Cereais, legumes e oleaginosas | 16,05% | 17,04% |
Farinhas e massas | 2,09% | -0,69% |
Tubérculos, raízes e legumes | -2,66% | -4,51% |
Açúcares e derivados | 8,54% | 5,93% |
Hortaliças e verduras | 2,89% | 5,97% |
Frutas | 2,78% | 16,04% |
Carnes | 1,07% | 8,33% |
Pescados | -2,30% | 0,96% |
Carnes e peixes industrializados | -2,20% | -1,54% |
Aves e ovos | 5,43% | 4,22% |
Leites e derivados | 9,53% | 10,42% |
Panificados | 0,91% | 1,77% |
Óleos e gorduras | 3,06% | 12,94% |
Bebidas e infusões | 5,14% | 11,31% |
Enlatados e conservas | -4,83% | 0,78% |
Sal e condimentos | -4,62% | 7,76% |
Alimentação fora de domicílio | 4,35% | 5,02% |
MÉDIA ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS | 3,83% | 6,65% |
Variação de preços de outros setores em 12 meses
Setor | Porto Alegre | Brasil |
Habitação | 5,49% | 6,12% |
Artigos de residência | 1,75% | 1,30% |
Vestuário | 1,30% | 2,10% |
Transportes | 2,67% | 2,48% |
Saúde e cuidados pessoais | 5,43% | 6,20% |
Despesas pessoais | 3,19% | 4,11% |
Educação | 6,20% | 6,90% |
Comunicação | 2,82% | 2,20% |
INFLAÇÃO GERAL DO IPCA | 3,81% | 4,76% |
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