
Fotos: MP, Divulgação
Fábrica produz cerveja da marca Província.
A operação do Ministério Público que tem como alvo uma fábrica de bebidas de Santa Maria que teria sonegado R$ 200 milhões em ICMS, dando prejuízo aos cofres do Estado, poderá ter novos desdobramentos a partir dos materiais apreendidos em 14 mandados de busca e apreensão. Porém, a defesa da Santamate Indústria e Comércio, que fica às margens da BR-392, na saída para São Sepé, nega qualquer irregularidade.
Segundo Marcelo Zampieri, advogado da empresa Santamate, ele ainda não teve acesso aos autos do processo que culminou nessa operação do MP, mas assim que tiver informações, vai prestar esclarecimentos à comunidade. Zampieri diz que o processo está em segredo de justiça e alega ter convicção de que "a indústria sempre trabalhou na mais absoluta legalidade".
Fábrica de Santa Maria que teria sonegado R$ 200 milhões é alvo de operação do MP
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A fábrica tem mais de 20 anos de história em Santa Maria. No início, produziu sucos de fruta e com mate da marca Rayzes. No início dos anos 2000, também fez parceria com uma marca de cerveja do Paraná, passando a produzir cerveja e revendendo no Estado. A Santamate teve também outra parceria e fabricou cerveja para uma famosa marca de bares da Capital gaúcha, inclusive vendendo a bebiba em lata em supermercados de Santa Maria e do resto do Rio Grande do Sul. Há cerca de 10 anos, a indústria também produziu, de forma terceirizada, um famoso refrigerante de uva conhecido nacionalmente.
Zampieri confirmou que a indústria tem 70 funcionários e segue funcionando normalmente. A Santamate está produzindo atualmente a cerveja e chope da marca Província.
O advogado da Santamate afirmou que o empresário santa-mariense que fundou a Rayzes Santamate não tem mais relação com a empresa.

A OPERAÇÃO EM TRÊS CIDADES
Segundo o Ministério Público, os ilícitos fiscais - sonegação de ICMS e não recolhimento doloso e contumaz do imposto estadual declarado - resultaram em prejuízo superior a R$ 200 milhões aos cofres públicos.
Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em empresas e residências localizadas em Porto Alegre, Torres e Santa Maria. Foi determinado também, o bloqueio de valores em contas bancárias dos investigados em montante superior a R$ 200 milhões. A ação teve apoio da Brigada Militar.
INVESTIGAÇÃO
A operação foi desencadeada a partir de Procedimento Investigatório Criminal instaurado pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre – Combate aos Crimes contra a Ordem Tributária, após o encaminhamento pela Receita Estadual de relatório apontando a existência de diversas empresas com indícios de atuação coordenada e de confusão patrimonial.
Na ocasião, ainda segundo o MP, apurou-se que havia a utilização de interpostas pessoas (laranjas) e também gestão do fluxo financeiro em contas de terceiros. A dívida tributária do grupo é uma das cinco maiores do Rio Grande do Sul.
