Voto forasteiro, na prática, é “incentivado” pelos partidos

Voto forasteiro, na prática, é “incentivado” pelos partidos

Foto: Christiano Ercolani (Divulgação)

Na sessão de terça-feira (20) da Câmara, entre as manifestações dos edis, duas – que tratavam da RSC-287 – se referiram especificamente às eleições e à escassa influência de Santa Maria nos parlamentos. Tony Oliveira, do Podemos, e Tubias Callil, do PL, criticaram o eleitorado santa-mariense. Que prefere forasteiros a candidatos locais. Tony, inclusive, não poupou seu próprio partido, que teve candidato com mais de “3 mil votos aqui, mas nunca apareceu na cidade”.

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Aí está a grande questão, esquecida pelos vereadores: a crucial responsabilidade das agremiações, sobretudo as maiores. Elas preferem não apresentar, ou até ignorar os próprios nomes locais, fazendo campanha para forasteiros. Em resumo, se o eleitorado local tem “culpa”, ela é infinitamente menor que a dos partidos.
E não faltam exemplos, como constatou o colunista, ao retomar os números disponíveis do pleito de 2022. Primeiro, o exemplo positivo, que é óbvio. 

O PT tem apresentado dobradinha com Paulo Pimenta, federal, e Valdeci Oliveira, estadual e não tem queixas. Ambos foram os mais (e muito bem) votados pelos santa-marienses e, com votos buscados fora, se elegeram facilmente. 

Mas foi só. Mesmo o outro eleito pela cidade, Beto Fantinel, do MDB, chegou aqui apenas em 6º lugar e deveu sua eleição ao excelente trabalho no restante do Estado, por conta de sua atuação na assessoria do então governador José Ivo Sartori. 

Mas o pior, mesmo, acontece na disputa para a Câmara dos Deputados. Noves fora o já aludido Pimenta, é simplesmente vergonhoso o comportamento dos partidos. Não colocaram candidatos ou, quando fizeram, deixaram-no na beira da estrada.
Mentira? Então perguntem a Zaloar Soares, então no PP e candidato a deputado federal. Será que ele acha bonito ter chegado em exato 24º lugar na cidade e ver outro nome de seu partido em 13º, com o dobro dos mil e poucos votos que ele fez em Santa Maria? O mesmo raciocínio pode ser feito por Ewerton Falk, então no PL. Desconte-se que ele próprio fez campanha para candidato de fora à Assembleia, mas para a Câmara dos Deputados, fez 700 votos menos que um forasteiro também da sigla.
Resumo da ópera: a população tem lá sua responsabilidade, mas os partidos, a maioria, são muito mais culpados da situação, sequer apresentando candidatos. Com as exceções conhecidas.

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