Foto: Pedro Piegas (Arquivo, Diário)
Fabiano Pereira (à esq.) e Francisco Harrisson (à dir.)
No ano 2000, encerrada a apuração, a surpresa: raros conheciam Fabiano Pereira, eleito como o segundo mais votado no PT, seu então partido, e o quinto entre os 21. Só depois a mídia e a comunidade foram saber quem era aquele rapaz que conquistara 1.947 votos. Soube-se então sua origem: as comunidades eclesiais de base da Igreja Católica, cujos militantes ajudaram decisivamente na campanha.
+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp
Passados 16 anos, outro fenômeno. Um médico carioca, militar do Exército, saído sabe-se de lá onde, conquistou 2.167 votos e foi o 12º em 21, eleito por uma portentosa aliança liderada pelo então PMDB. A origem carioca e a profissão somente foram descobertas após o pleito. Antes, era desconhecido.
E então se descobre que, a cada eleição, surge invariavelmente algum “do além” e que, no entanto, angaria votos suficientes para se eleger e surpreender. A questão é, e em 2024, o fenômeno se repetirá? Há algum desconhecido em tempos de redes sociais? No início da noite deste domingo se saberá.
Luneta
OS PORQUÊS
Acirramento dos debates entre os candidatos a prefeito, com alguns lances agressivos, ainda que não necessariamente desleais, tem explicação clara: a procura de um ou dois por cento adicionais de votos, capazes de catapultar uma candidatura ao turno final. Ou fazê-la(s) estacionar e levá-la(s) à derrota. Em miúdos: a dor da perda precisa ser resolvida. E por isso o endurecimento de termos e ações.
SÓ DOIS CONTRA
Eleição para o Legislativo, como se sabe, acaba neste domingo. Não tem turno final. Portanto, não há campanha para vereador. Ainda assim, na sessão de quinta-feira (3), os parlamentares estenderam até 27 de outubro o funcionamento reduzido no Palacete da Vale Machado. Fica difícil explicar isso à comunidade que paga a conta, cá entre nós. Ah, só votaram contra os edis Valdir Oliveira e Werner Rempel.
NA FINALEIRA
O que se pode fazer, faltando 24 horas para que o eleitor vá às urnas? Pouca coisa, exceto tornar-se visível. É o que tentarão fazer todos os candidatos, a prefeito ou ao parlamento, pelo menos na manhã desta sabatina. Vai daí que há boas chances de o Calçadão, por exemplo, lotar. Caminhadas (mais ou menos) silenciosas estão previstas. O clichê se impõe: é o grande espetáculo da democracia.
JÁ O UMBIGO...
Nada que seja exatamente novidade. Mas é bom esperar e conferir a chiadeira que virá a partir da noite de domingo, conhecidos os resultados. Vencedores (ou finalistas, no caso da prefeitura) festejarão, já o onipresente balaio de frustrados, começará a jogar as culpas. No partido, nos adversários. Alguns, raros, olharão para os próprios umbigos. Sim, é filme já visto. E que se repetirá.
PARA FECHAR
Projeções de observadores com os quais o colunista tem dialogado apontam para uma renovação que pode chegar aos 50%, na composição da Câmara de Vereadores. O que inclui, claro, edis que concorrem a outros cargos ou simplesmente se afastaram. Isso significa, então, que a próxima Legislatura será melhor? Não necessariamente. Afinal, renovar não é sinônimo de melhorar.