
O prefeito de Restinga Sêca, Paulinho Salerno, foi uma das estrelas dos últimos dias na propaganda de rádio e televisão de seu partido, o MDB. Foi exposto ao Estado inteiro, ele que, na política, está em meio ao segundo exitoso mandato à frente do executivo restinguense e que, até poucos dias passados, presidia a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
O prefeito de São Sepé, João Luiz dos Santos Vargas, não cozinha na primeira fervura da política gaúcha, que o tem na lida há quase meio século. Quem o vê no gabinete da intendência sepeense percebe o entusiasmo com que se dedica a mais um mandato – ele que já fora prefeito e deputado estadual (foi inclusive presidente do parlamento gaúcho) e, antes ainda, vereador, sempre pelo PDT. Sem falar no exercício de conselheiro do Tribunal de Contas do RS, do qual também foi presidente.
O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, também está pouco além do meio do seu segundo mandato à frente do Centro Administrativo local. Mas é visto seguidamente, depois de, aparentemente, encaminhar a tentativa de manutenção de seu grupo político à frente do Executivo local (ninguém, na prefeitura ou fora dela, duvida da unção do vice Rodrigo Decimo como o sucessor preferido do tucanato), zanzando para fora das fronteiras da Boca do Monte, prestigiando tal ou qual evento ou atividade política.
Pois, o que têm em comum essas três insignes figuras da política regional? É exatamente o que, provavelmente, o leitor está a imaginar. Tanto Salerno, quanto Vargas ou Pozzobom, todos eles, com absoluta certeza, não se aposentarão da política no final do próximo ano, quando acabam seus mandatos. E o que farão, então?
Aparentemente, há um esboço de futuro já desenhado para o trio, cada qual no seu pedaço. Há, no que você lerá a seguir, muito de observação e análise, além de conversa com correligionários dos três, e um pouco de intuição e até, reconheça-se, um tantinho de imaginação.
Dito isso, o que se encaminha para os atuais comandantes dos executivos de Restinga Sêca, São Sepé e Santa Maria.
Paulinho Salerno, com prestígio partidário e eleitoral, tende a concorrer a deputado federal ou estadual – dependerá da opção do parceiro e com o qual fará dobradinha, Beto Fantinel. No meio tempo, entre o fim de seu mandato de prefeito e o início da campanha eleitoral, tanto poderá ocupar cargo relevante em nível estadual quanto enveredar pela senda municipalista, pela qual teria tomado gosto.
João Luiz Vargas, diz-se, sonha com a vaga de candidato a deputado estadual, federal ou até a governador, em 2026. Sim, ele deverá estar nas urnas daqui três anos e meio. Mas, antes, buscará, é o que até as pedras das ruas sepeenses sussurram, novo mandato de prefeito, cargo de onde pretende espreitar as oportunidades eleitorais futuras, para decidir o próprio rumo.
Jorge Pozzobom, independente de emplacar ou não o sucessor, tarefa na qual se empenhará com denodo, parece ter o destino já traçado. Deverá ocupar cargo estadual com o governo tucano, e, sim, irá às urnas de 2026 como pretendente a uma vaga na Câmara dos Deputados. Se a demanda ainda parecer demasiada, o plano B será a tentativa de retorno à Assembleia Legislativa.
É isso, sim senhor. E meio quilo de farofa, como diria aquele veterano comentarista esportivo, hoje aposentado.
A mudança no comando no PSD e a disputa de prêmio nacional por Riesgo
TROCA – Vai mudar o comando municipal do PSD, partido que já teve o vereador Marion Mortari e que, em 2020, coligou-se com o PT de Luciano Guerra, na disputa à prefeitura.
Quem deixa o comando é Hilton Júnior, e em seu lugar assume o suplente de vereador pelo PSB, Jorginho Leal, há pouco filiado ao partido e que é bancado politicamente pelo trio que comanda o PSD gaúcho. No caso, a presidente Letícia Boll Vargas, o secretário estadual de Esporte e Lazer Danrlei de Deus e pelo deputado federal Luciano Azevedo.
Ainda não oficializado, Leal, que preside a Liga Santamariense de Futebol Amador e atua no ramo imobiliário, fez 567 votos para a vereança no último pleito, não descarta alianças para a prefeitura em 2024. Mas o maior trabalho, meeesmo, será compor uma nominata forte de concorrentes ao parlamento – do qual o partido hoje está ausente, mesmo com seus mais de 600 filiados.
PRÊMIO – Parlamentar mais jovem da legislatura passada (2019-2023) na Assembleia, a atuação de Giuseppe Riesgo (foto), do Novo, ainda lhe rende destaque. Ele, por exemplo, está na semifinal do 6º Prêmio Boletim da Liberdade, uma iniciativa que premia, desde 2017, aqueles que atuam em defesa dos ideais de liberdade e também reconhece os esforços de quem protagoniza grandes iniciativas no país.
Riesgo figura na categoria voto popular como o parlamentar que mais atuou, durante o mandato, para a promoção da liberdade. Advogado graduado pela UFSM, mandatário estreante, o então deputado se notabilizou por pautas que tinham o foco principalmente, diz seu material de divulgação, “nas garantias básicas individuais dos cidadãos e dos contribuintes”.
Mais um desafio aos partidos: cortar, e bastante, suas nominatas à Câmara
Vem aí um grande desafio para os dirigentes partidários: a definição das nominatas de candidatos às Câmaras de Vereadores. O que já seria naturalmente complicado, nos partidos maiores, em que há mais interessados, ficará ainda mais trabalhoso agora, em função de uma mudança na legislação.
Até duas eleições municipais atrás, em 2016, o critério para o número de vagas de candidatos a vereador por partidos era de 150% do número de cadeiras existentes e de 200% do número em caso de coligações. Em Santa Maria, por exemplo, eram 31 nomes dos partidos solitos e 42 nas alianças.
Já no pleito passado, em 2020, com o fim dos acordos proporcionais, mantiveram-se os 150%. Ah, e com no mínimo 30% das vagas reservadas às mulheres. Essa regra feminina se mantém agora, em 2024. Mas há um porém: o número total de vagas cai para 100% no número de cadeiras disponíveis, mais um. E só.
Assim, na Boca do Monte, cada partido poderá apresentar apenas o máximo de 22 concorrentes, dos quais sete obrigatoriamente mulheres. As siglas, notadamente as maiores, terão de cortar pretensões, o que quase nunca é fácil, sem o risco de beicinhos importantes e que podem tornar-se decisivos.
Em compensação, ficará talvez mais fácil ao eleitor, que terá um número menor de candidatos para observar. E decidir.