
Foto: Beto Albert
A situação não é tão mansa, assim como não é exatamente monolítico o bloco formado para comandar a Câmara nos quatro anos da Legislatura. No primeiro ano, tudo ok, com Admar Pozzobom na presidência e cargos, inclusive os de confiança, divididos entre os partidos que o compõem. Sempre lembrando que foram isolados PT, PC do B e PSol, para se criar a aliança que governa o parlamento.
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As fissuras, porém, já surgiram. E o foco da possível ruptura se dá dentro do PP. E tem como protagonista um dos decanos da política local, Sérgio Cechin. Que, em tese, seria o presidente no segundo ano do acordo firmado. Mas haveria interessados em escanteá-lo. Por conta disso, e da intenção de manter a possibilidade de presidir a Câmara, o pepista abriu o leque de conversas, a começar pelos coadjuvantes na atual conjuntura, PDT e UB. Habilidoso (alguns diriam ladino), tem papeado com colegas e outros apoiadores no seu “QG”, do outro lado do Palacete da Vale Machado.
Diz-se que conversas já teriam acontecido com o pedetista Luiz Fernando Cuozzo Lemos e o unionista Marcelo Bisogno, cujas agremiações concordariam com o apoio a ele, se viesse a se tornar um dissidente do bloco que comanda o parlamento.
Como tudo terminará não se sabe, mas o certo é que a bancada de oposição que, somada, tem seis edis nada teria a perder; pelo contrário, se embarcasse numa suposta barca cechinista.
A abordagem inicial seria a mesma com a qual concordariam Cechin e um de seus interlocutores, Cuozzo Lemos. Ambos têm posição crítica em relação à gestão municipal. Não é o caso, diga-se de Luiz Roberto Meneghetti, do Novo, hoje bastante alinhado com o governo, também procurado pelo pepista, em papo que não prosperou.
Mas, atenção: as ações de Cechin, supostamente escanteado pelo bloco dominante, está se dando pelo “CPF”, iniciativa dele e não falando pelo PP – inclusive porque Luz Carlos Fort, o outro edil pepista, aparentemente, não comunga da mesma ideia.
Mais: como os corredores do Palacete tudo enxergam e escutam, a base que hoje detém a gestão do Parlamento já está atenta às movimentações.
Só o que não se sabe é se o grupo hoje no poder no Legislativo vai tentar “resgatar o filho pródigo” ou o deixará ir embora, conservando apenas o que têm. A ver.