Foto: Beto Albert (Diário)
Registro do debate do 1º turno feito na sede do Grupo Diário
Dos cerca de 209 mil eleitores santa-marienses aptos a votar, 27,54%, ou 57.661, simplesmente não compareceram às urnas no último domingo. Parte importante certamente teve outros motivos, mas há uma suspeita muito forte de que o maior contingente desistiu.
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Preferiu esse eleitor usar o domingo bonito para outra coisa e, se não encontrar motivo válido para justificar a ausência, simplesmente pagará a multa que lhe caberá. De valor, aliás, risível. Sim, é menor que uma tarifa de transporte coletivo urbano: R$ 3,51 para cada turno gazeteado.
Pois é exatamente esse grupo um dos visados, por certo, pelos finalistas do pleito, Rodrigo Decimo (PSDB) e Valdeci Oliveira (PT). Quanto mais não seja para contrabalançar possível “forfait” de eleitores desiludidos dos candidatos perdedores da primeira rodada do pleito municipal.
Desses quase 58 mil podem vir votos decisivos, há quem acredite. Aliás, podem ser somados a esse grupo também os 4,5 mil que branquearam e os quase 3 mil que anularam. Só aí se tem 65 mil eleitores que não podem ser ignorados.
De todo modo, a primeira parte da missão da dupla, que era chegar ao segundo turno, foi cumprida com honras. O petista fez 58.580 (40,63% dos votos válidos). O tucano, 37.295 (25,86%).
Rodrigo Decimo portanto tem que tirar, para começar, essa diferença de 20 mil votos, em números redondos. E vai buscá-los entre os eleitores direitistas do PL (26.838) de Roberta Leitão e os do Novo de Giuseppe Riesgo (que não significa todos os que 15.107 votaram nele, pois acredita-se que a maioria seja mesmo emedebista). Quem sabe seriam os que votaram nos vereadores novistas, e estes somaram 7.826, enquanto a nominata emedebista à Câmara obteve 10.982.
Já Valdeci precisaria, em tese, manter seus votos e buscar a diferença com os 5.234 eleitores de Paulo Burmann (PDT), 905 de Alidio da Luz (PSol) e também os do já citado MDB. Como fará isso? Negociando politicamente, é o que se supõe.
Agora, atenção: embora o apoio formal, se houver, para um lado ou outro, dos candidatos Roberta Leitão, Giuseppe Riesgo, Paulo Burmann ou Alidio da Luz, ou mesmo Moacir Alves, com os 233 votos do PRD, seja importante do ponto de vista midiático, que ninguém se iluda: os líderes não mandam no voto do eleitor. Este é o senhor da própria decisão.
Há dezenas de exemplos nesse sentido. Então, não obstante a importância como elemento persuasivo e até para o trololó eletrônico, o que conta será mesmo a capacidade de convencimento dos próprios candidatos.
Resumo da ópera: embora seja possível prever tendências, o fato é que há uma disputa aberta e de resultado imprevisível. Pelo menos por enquanto.
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