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Um primeiro de maio diferenciado

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Ontem tivemos mais um Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador, ocasião para grandes manifestações e eventos, dos protestos aos festejos. A data costuma ser celebrada na Europa, na Rússia, na China, na Índia, na África e entre nós, latino-americanos. Já os Estados Unidos destinam outro dia do ano para a homenagem.

O 1º de maio evoca evento vigoroso e dolorido na história das lutas operárias por direitos, acontecido em solo norte-americano: em 1° de maio de 1886 em Chicago, Nova York e outras grandes cidades daquele país, centenas de milhares de trabalhadores foram às ruas e se declararam em greve na busca pela jornada diária de oito horas de trabalho. À frente, sindicalistas anarquistas e socialistas. À época inexistiam direitos trabalhistas. Dias depois houve um incidente com várias mortes entre policiais e operários em Chicago e seguiu-se processo judicial que culminou em condenações à morte e enforcamento de líderes sindicais, mais tarde inocentados pela justiça e pela história.

No Brasil, a data é celebrada desde 1925 e acumula manifestações e eventos de relevo, inclusive histórico discurso de Getúlio Vargas num estádio de futebol.

Este ano o dia foi limitado pela pandemia que desaconselha multidões e celebrações coletivas. O 1° de maio de 2020 provocou enorme reflexão, no mundo inteiro, sobre o trabalho e segmentos de trabalhadores.

O isolamento social, antídoto à voracidade com que um novo vírus se propaga, determinou a aceleração no uso de novos métodos de organização e prática do trabalho. Eles já eram experimentados e disseminaram-se, como o trabalho desde o domicílio usando ferramentas de internet, a maleabilidade das jornadas e assim por diante. Especula-se que esta variação de práticas tende a se consolidar.

Se o futurista é antecipado por um lado, por outro olhamos mais atentamente e nos sensibilizamos por trabalhadores essenciais para sustentar nosso modo de vida, muitos submetidos a precárias relações de direitos e garantias e quase invisíveis socialmente: os da limpeza urbana e coleta de lixo; os entregadores de bens e prestadores de serviços a domicílio; a gama de informais em variadas áreas.

Setores mais tradicionais como saneamento, energia, educação, segurança, produção, comércio, transportes, serviços e, nestes dias com atenção especial, saúde, já eram adequadamente lembrados a cada ano. Da área de saúde e serviços auxiliares vem o testemunho de que não é somente num conflito bélico que pessoas colocam a vida em risco no cumprimento de missão, heróis e mártires existem no cotidiano e manifestam-se ainda mais nas situações críticas. O respeito às diferentes categorias de trabalhador, do braçal ao intelectual, do sindicalizado ao informal, mas, especialmente a compreensão da relevância de legiões humildes em serviços essenciais são lições para as parcelas da população que puderam se proteger no recôndito dos lares diante das ameaças de um vírus.

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