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Quarentena, pesos e medidas

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A necessidade de resguardo para evitar contágio pela Covid-19 é questão de racionalidade. Vale mais prevenir do que remediar.

A quarentena é uma das formas de se preservar, mas a quarentena pode ter gradações diferentes quanto ao tempo e tipo de isolamento. O bate-boca das autoridades e a "overdose" de notícias (verdadeiras e falsas), nos jogam no medo, na confusão e na incerteza. Sinto que a quarentena é recomendável e possível a todos aqueles que podem evitar sair de casa, porque condições de trabalhar em casa ou, mesmo que não trabalhem, possuam meios de subsistência que permita o distanciamento social. Entretanto à maioria das pessoas isto não é possível. Há habitações que não comportam todos os moradores dentro de casa o dia todo, assim como existem pessoas que não têm condições de trabalhar em casa e, menos ainda, ficar resguardado sem obter renda, assim como os que estão na linha de frente em atividades essenciais.

Aos que podem ficar em casa, nos quais me incluo, o distanciamento social colabora para que o indivíduo reduza as chances de contaminação e, também, é uma atitude ética e solidária. Mesmo que o indivíduo não se importe de correr risco de contaminação, caso esta aconteça poderá infectar outros que por razões sociais e econômicas não podem ficar isolados. Além disto, no caso de necessitar de atendimento médico, por sua imprudência, irá ocupar vagas de outros que, necessitados de trabalhar, possam se contaminar.

Penso ser fora de tom o nível de discussão que reduz a questão da quarentena ao tudo ou nada. O debate chega a ser chocante, quando contrapõe salvar CNPJs liberando totalmente a circulação e aglomeração de pessoas, desimportando o número de vítimas que esta liberação poderia acarretar. A quarentena é uma questão de bom senso, precisa ser aplicada com pesos e medidas diversas e, acima de tudo, contar com a conscientização de cada um.

Não existindo a conscientização pessoal das necessidades sanitárias que o momento exige, não haverá decreto que faça cumprir as determinações de maneira satisfatória, sempre haverá a burla. Principalmente quando autoridades importantes, por incompetência ou má-fé, dão mostras de incapacidade de comportamento sério e adequado, preferindo aproveitar-se da crise para gerar cizânia, restringido suas preocupações em manter e acumular poder, deixando a população confusa marchar para o precipício.

Esqueçamos as diatribes irresponsáveis de quem só sabe dizer, como He-Man dos quadrinhos, "eu tenho a força", "eu mando, vocês obedecem". Vamos cuidar nossa própria vida, evitando as formas de contaminação e sendo solidário para não ser um agente transmissor. Cumprindo as regras sanitárias e exigindo que o outro também o faça, poderemos atravessar esta pandemia, esquecendo o bate-boca tóxico que escorre, que é outra peste que desce do planalto central contaminando o convívio social civilizado.

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