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O dilema das redes

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A Netflix está apresentando um documentário sobre as redes sociais que infestam a internet e que, pela sua importância, deveria ser acessado em canal aberto para que todos pudessem tomar conhecimento dos fatos relevantes que se passam nas nossas vidas sem que tomemos consciência de sua influência decisiva em nossos atos e comportamentos.

Quase todas as plataformas na internet são construídas com inclusão de algoritmos que buscam, incessantemente, descobrir tudo a nosso respeito. A inteligência artificial que monitora nossas vidas e sabe mais sobre nossos hábitos e preferências do que nós mesmos é uma presença constante a nos vigiar e influenciar em todos os atos e decisões. Essas informações estão no domínio das grandes redes, que as utilizam para orientar o marketing que negociam a peso de ouro com empresas interessadas em propagar os seus produtos. São tão importantes essas informações que hoje a internet é capaz de saber quais as preferências e comportamentos da maioria do povo de determinada nação e oferecer produtos que atendam a esses requisitos ou maquiá-los convenientemente.

Quando acessamos o Yutube, logo a inteligência artificial instalada detecta sua escolha, compara-a com outras já feitas e passa a oferecer-lhe uma quantidade quase infinita de opções semelhantes que prendem sua atenção e preenchem o seu tempo, tornando-o cativo, quase como uma dependência (drogadição). Na verdade, essa dependência já está em curso nas nossas vidas sem que tenhamos a capacidade de decidir sobre sua inconveniência.

No documentário a que me referi acima, podemos ver e ouvir os depoimentos feitos perante o Congresso americano por pessoas responsáveis por esses programas onde dizem com todas as palavras, bem audíveis e compreensíveis, que a inteligência artificial pode escapar do controle das redes e se tornar um pesadelo nas vidas das pessoas.

Estamos vivenciando uma geração inteira que está se formando sob a influência dessa internet sem controle. A maioria do povo ainda pertence a gerações anteriores à internet. Tiveram a formação de suas personalidades sob valores culturais e éticos que vigiam anteriormente e, portanto, ainda possuem capacidade crítica para diferenciar o bem do mal, o bom do mau e inconveniente. A geração que está se formando sob a égide da internet não possui esses valores que estão dissolvidos num oceano de informações e intenções imperceptíveis que orientam para verdades discutíveis e situações incontroláveis.

Nossas crianças estão presas a essas máquinas que ocupam a maioria de seu tempo, afastando-as do contato com a natureza, das brincadeiras sadias, dos exercícios necessários ao seu desenvolvimento, transformando-as em robôs que manuseiam teclas com destreza admirável e sem finalidade construtiva. Para piorar as coisas, esses jogos (games) por sua maioria são exercícios de violência: batalhas continuadas vencidas por super heróis ridículos.

Psicólogos e educadores estão chamando a atenção dos pais e responsáveis para os perigos dessa convivência, mas a experiência está nos mostrando a incapacidade de dominar a situação. A internet, da maneira que está, poderá levar-nos para situações catastróficas. Urge que os governos, orientados por sociólogos, psicólogos, antropólogos, educadores, técnicos em informática e toda a gama de pessoas bem-intencionadas, estabeleçam marcos regulatórios, de acordo com o interesse da nacionalidade e que nos leve para um futuro mais promissor.

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